Caso Covaxin: PGR pede abertura de inquérito para investigar Bolsonaro

Pedido foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF); ação é pelo suposto crime de prevaricação após denúncia

2 JUL 2021 • POR • 12h30
A PGR havia pedido para aguardar a conclusão dos trabalhos da comissão, mas a ministra afirmou que a apuração não impede a atuação do MPF - ALAN SANTOS/PR

Na manhã desta sexta-feira (2) a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação após ter sido informado de possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin.

As denúncias destas supostas irregularidades foram feitas pelos irmãos Miranda durante depoimento na CPI da Pandemia.

O pedido, assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, ocorre após a ministra Rosa Weber, do STF, cobrar uma posição da PGR sobre a notícia-crime apresentada por três senadores ao STF pedindo a investigação de fatos apurados pela CPI.

A PGR havia pedido para aguardar a conclusão dos trabalhos da comissão, mas a ministra afirmou que a apuração não impede a atuação do MPF.

INVESTIGAÇÃO.
De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), ele e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, avisaram Bolsonaro em uma reunião no dia 20 de março sobre suspeitas de irregularidades na compra do imunizante. O inquérito buscará esclarecer se Bolsonaro prevaricou diante da denúncia, ou seja, não tomou as medidas cabíveis.

Diante das denúncia dos irmãos Miranda, o governo afirmou que Bolsonaro avisou o então ministro Eduardo Pazuello sobre as suspeitas no dia 22 de março. Só que Pazuello foi exonerado no dia seguinte, 23 de março. E o contrato com a Covaxin só foi suspenso nesta semana, mais de 3 meses depois da denúncia.