'Não houve troca de tiros, só a polícia atirou', diz mãe de grávida morta no meio da rua

A mãe da designer de interiores, Jakelline de Oliveira, acusou a PM pelo desfecho da ação

9 JUN 2021 • POR • 17h02
Kathlen Romeu, de 24 anos, foi morta a tiros. - Reprodução/Redes Sociais

A avó da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, relatou os momentos que passou quando a neta foi baleada e morta durante uma ação da Polícia Militar no Complexo do Lins, na zona norte da cidade. Sayonara de Oliveira Lopes disse que se jogou sobre Kathlen ao vê-la no chão após os tiros, mas que só depois notou que a jovem havia sido baleada.

Sayonara contou aos jornalistas que ela e a neta estavam caminhando na rua quando começaram os tiros. Segundo ela, a neta caiu no chão durante os primeiros disparos. Ela pensou que Kathlen havia se jogado e se debruçou sobre ela.

"Quando começou o barulho do tiro, minha neta caiu no chão. Achei que ela tinha se jogado, me joguei em cima dela, e vi um buraco [no corpo dela]. Não sei como não estou baleada. Levantei e falei: 'Gente, para de dar tiro, socorre minha neta', eles socorreram pois eu gritei, eles não queriam nem que eu fosse no carro com ela. Disse: 'Me leva, nem que seja na caçamba", lembra.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que "a gestante faleceu logo após chegar ao Hospital Municipal Salgado Filho", no bairro do Méier, na zona norte.

A mãe da designer de interiores, Jakelline de Oliveira, acusou a PM pelo desfecho da ação. A família de Kathlen havia se mudado da região no dia 24 de abril. Jakelline de Oliveira afirmou que policiais que estavam em uma casa de tocaia foram os responsáveis pelos disparos.

"Avisa o major Braz [porta-voz da PM do RJ] que ele falou na televisão que foi troca tiro, não foi troca de tiro, a policia deu tiro inconsequentemente, a polícia executou a minha filha, foi bala direcionada ao corpo da minha filha (...) bandido não morreu nenhum (...) Quem foi recebida a tiros foi minha filha", finalizou.

*Do UOL, por Marcela Lemos