Sem vacina, coletores da Baixada Santista ameaçam paralisar os serviços

Setenta e dois já foram contaminados com coronavírus e 585 afastados por suspeita da doença

15 MAI 2021 • POR • 07h15
Coletores e coletoras teriam que ter prioridade na vacinação por conta dos riscos diários - Nair Bueno/DL

Cerca de três mil coletores, responsáveis pela limpeza urbana nos nove municípios da Baixada Santista, ameaçam cruzar os braços caso as prefeituras não coloquem a categoria no rol de trabalhadores que precisam ser vacinados com prioridade.

A informação é do presidente regional do Sindicato dos Trabalhadores em empresas de prestação de Serviços de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), André Domingues de Lima.

A maioria dos trabalhadores e trabalhadoras responsáveis pela coleta diária do lixo urbano usa os equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para exercer a função - máscara facial, mangotes (protetor de ombros), macacão, respirador com filtros de ar, calçados fechados e luvas. No entanto, a vacina é a maior garantia aos trabalhadores que prestam serviços essenciais.

"Fica aqui nossa indignação. Nossa categoria, mais uma vez, está sendo tratada com total descaso e desrespeito por culpa da má gestão das secretarias de Saúde, que sequer atendem as ligações para que pudéssemos esclarecer as funções desempenhadas, que nossos trabalhadores não pararam um único dia e precisam ser imunizados para exercer a função com segurança", afirma Lima.

A categoria foi incluída no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, mas, por enquanto, apenas os coletores de lixo séptico do município de Santos foram contemplados, através da Portaria SMS 011/2021, publicada no Diário Oficial de 12 de maio último, regulamentando a vacinação a partir do dia seguinte.

TERRACOM.

A empresa Terracom é a responsável pela coleta do lixo urbano de oito dos nove municípios da Baixada Santista. Ela possui 2.200 funcionários, mas somente 90 foram vacinados com a primeira dose e 31 imunizados com as duas doses.

"Desde o início da pandemia, tivemos 72 colaboradores de limpeza urbana contaminados com coronavírus e 585 afastados por suspeita da doença, todos já tendo retornado ao trabalho. A empresa já entrou em contato com as prefeituras solicitando que os funcionários da limpeza urbana tenham prioridade na imunização por se tratar de uma categoria de serviço essencial", revelou a Assessoria de Imprensa da Terracom, que criou um Comitê de Crise para dar todo o suporte necessário aos funcionários.

CONDESB.

A Reportagem buscou uma posição com o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), por ocupar a presidência do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), que informou que os municípios da Baixada Santista seguem o Plano Estadual de Imunização contra Covid-19 que determina os públicos prioritários a serem vacinados.