Obra prejudica moradores do bairro do Macuco, em Santos

Som acima de 100 decibéis e bate estaca estão rachando imóveis do entorno

23 ABR 2021 • POR • 07h00
A maioria dos imóveis da João Guerra é antiga. Alguns até tombados e não resistem a vibrações intensas de solo - Divulgação

Moradores do bairro do Macuco, precisamente da Rua João Guerra, entre as ruas Silva Jardim e Campos Melo, estão apreensivos com os estragos que uma obra que está em andamento na rua. Isso porque o bate estaca está promovendo um barulho acima do permitido além de rachaduras nos imóveis vizinhos. Não há placa de identificação dos responsáveis.

Dias atrás, inconformados com a suposta falta de responsabilidade da empreiteira, os moradores resolveram fazer uma manifestação com faixas mostrando indignação. Até a Polícia Militar foi acionada pela empreiteira. Um boletim de ocorrência foi registrado.

A maioria dos imóveis da João Guerra é antiga. Alguns até tombados e não resistem a vibrações intensas de solo. Um morador chegou a medir o barulho que ultrapassou, em vários momentos, a marca dos 100 decibéis.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece que a emissão de ruídos em zonas residenciais não deve ultrapassar os 55 decibéis no período diurno (entre 7h e 20h) e 50 decibéis no período noturno (das 20h às 7h).

Renato Palladino mora em frente à obra que já está em andamento há uma semana. "O barulho já ultrapassou 120 decibéis. Próximo a hospital (Estivadores), o máximo permitido seria 60. Há uma escola tombada em nível um (Visconde de São Leopoldo) sendo atingida. Há casas centenárias. Não sabemos a quem recorrer. Tive uma crise de desespero e fizemos a manifestação".

O advogado Hemilton Carlos Costa vai defender os interesses dos moradores. "Entrarei com ação para embargar a obra e pediremos indenização", afirma o advogado.

PREFEITURA.

A fiscalização da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi) foi ao local onde está sendo construído um residencial da Bertoldo Construtora e Incorporadora e afirma que está regular, com projeto de aprovação em tramitação na Prefeitura e comunicação de início de obra, de acordo com o Código de Edificações do Município. No entanto, técnicos conversaram com o construtor, que optou em parar a obra por uma semana para mudar o método construtivo de bate estaca para estaca por vibração.