Ademario Oliveira: ‘Tudo isso vai passar e nós voltaremos a viver sem medo’

O chefe do Executivo cubatense expressa a esperança de transformar o hoje ex-símbolo de avanço industrial em todo o País numa cidade exemplo de turismo

8 ABR 2021 • POR • 08h00
Ademario: 2ª onda gerou grau de conscientização muito maior - Reprodução

Esperança. Essa é a mensagem deixada pelo prefeito Ademario Oliveira (PSDB) durante o segundo aniversário em que Cubatão festeja ‘dentro de casa’ devido à pandemia de Covid-19 que a cada dia que passa bate recorde de óbitos em todo o Brasil.

Em conversa com o Diário do Litoral especialmente realizada para falar sobre o 72º aniversário da emancipação do município, o chefe do Executivo cubatense expressa a esperança de transformar o hoje ex-símbolo de avanço industrial em todo o País numa cidade exemplo de turismo para que Cubatão possa se manter firme sem necessitar se concentrar em apenas um ramo.

Diário do Litoral - O que o cubatense pode esperar nesse segundo aniversário da cidade na Era Covid?
Ademario Oliveira - Somos a primeira cidade a comemorar dois aniversários em meio a uma pandemia, ainda mais no pico agora, então não teremos nenhum evento aberto ao público, mas estamos pensando em fazer uma transmissão online para contar sobre os avanços que temos planejados para o futuro, mas com todas as restrições no sentido de que temos coisas boas a comemorar, entregas que não poderão ser feitas, mas com consciência de que a vida é o bem maior e iremos preservá-la independente de ter que enaltecer algo positivo, até porque o que temos de mais positivo nesse momento é a vacina e poder salvar pessoas. Não temos nem planos de nada para o futuro nesse sentido de festa porque essa pandemia não tem cronograma.

Diário - É possível a cidade sair dessa pandemia já pronta para investir em si e nos seus cidadãos?
Ademario - A questão de termos obtido no mês passado a Certidão Negativa de Tributos junto ao Governo Federal tem papel importantíssimo porque aí o município com a certidão volta a ter legitimidade para conveniar com o Estado, com a própria União. Consegue também, se você tiver capacidade, fazer pleito de empréstimos, você libera também alguns repasses financeiros, que ficam travados por conta da certidão, e com ela são liberados. Então são ganhos reais que com a certidão se proporcionam.

Diário - O que podemos esperar dessa transmissão da Prefeitura?
Ademario - Em meio à pandemia, nós agentes políticos estamos muito restritivos a fazer anúncios que sejam fora do contexto ligado à pandemia. Nem me sinto muito à vontade de falar sobre uma obra, sobre uma ação positiva quando a população naquele momento quer acompanhar os números de crescimento, de ocupação de leitos. Estamos muito restritivos, mas o aniversário da cidade se torna uma exceção mediante a pandemia, porque nos permite a possibilidade de dar uma atualizada virtualmente, para a população ‘em que pé’ os nossos esforços estão. Estamos concentrados em salvar vidas, mas nós não paramos os outros segmentos, nossos esforços de demonstrar que ‘olha nós estamos isolados aqui no gabinete, mas não estamos solitários, Nós estamos isolados, porém trabalhando muito para servir a cidade de 137 mil habitantes’.

Diário - Como você avalia a população de Cubatão, e a Prefeitura, em relação à pandemia?
Ademario - A população, especialmente nessa segunda onda, que tem sido mais letal, presenciou a perda de muitos entes queridos, pessoas próximas, e eu acho que essa questão gera um grau de conscientização muito maior. Na primeira onda você tinha um número maior de infectados, porém as pessoas voltavam para casa e tínhamos até 98% de pessoas recuperadas, mas agora, com a segunda onda muito mais letal, a pessoa pega e em quatro dias tem 50% dos pulmões tomados e às vezes a cada dez que vão pra UTI, só dois voltam, e Cubatão optou em trabalhar muito mais na conscientização. Eu não vejo sentido, a não ser coercitivo, em você dizer ‘olha, eu vou te multar se você não usar máscara’, eu acho que você deve usar máscara pelo medo de se infectar. Em analogia podemos comparar ao uso do cinto de segurança na década de 70 comparado a hoje. Quando entro no carro eu já o coloco, é a primeira coisa, eu acho que é uma analogia que cai bem. As pessoas não podem usar por repressão da polícia, ou do fiscal, mas realmente para se preservar. Apostamos nisso desde o início.

Diário - Existe um retorno à Cubatão dos Polos Industriais ou a cidade precisa expandir os horizontes?
Ademario - A vocação natural é a indústria e isso é inquestionável. Mas Cubatão precisa se preparar e mudar sua matriz econômica. Ela não pode viver única e exclusivamente do polo. Nós precisamos migrar. Não somos cidade praiana, mas estamos incentivando a indústria do turismo para ver se muda a nossa fonte de receita porque o polo já foi muito robusto na década de 80, mas se percebe que a matriz econômica não é mais tão robusta. Só que esse processo de mudança não é a curto prazo, mas eu acredito que Cubatão possa ter migrado com o turismo ecológico em dez anos. Não tenho dúvida.

Diário - Qual a mensagem para o cubatense nesse 72º aniversário?
Ademario - Esperança. Tudo isso vai passar e nós voltaremos a viver sem medo.