Bolsonaro afirma que não vai ter lockdown nacional

Presidente novamente defendeu o tratamento off-label de infectados com Covid-19 como, por exemplo, a hidroxicloroquina

7 ABR 2021 • POR • 22h00
Bolsonaro afirmou que não haverá um lockdown nacional, mesmo com a piora da pandemia no País - Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou nesta quarta-feira (7) o município de Chapecó, na região oeste de Santa Catarina, para conhecer o Centro Avançado de Atendimento Covid-19. A unidade foi desativada após a alta e a transferência de pacientes para outros setores. Durante a visita, Bolsonaro afirmou que não haverá um lockdown nacional, mesmo com a piora da pandemia no País.

"Seria muito mais fácil a gente ficar quieto, se acomodar, não tocar nesse assunto, ou atender, como alguns querem, que eu posso fazer, o lockdown nacional. Não vai ter lockdown nacional", disse Bolsonaro.

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Além disso, o presidente voltou a defender o tratamento off-label de infectados com covid-19. O medicamento chamado off-label é aquele prescrito pelo médico que diverge das indicações da bula. Desde o início da pandemia, no ano passado, o presidente defende o uso dessas medicações como, por exemplo, a hidroxicloroquina, que não tem eficácia científica comprovada contra a doença, mas pode ser prescrita por médicos com a concordância do paciente.

"É um direito e dever do médico, ele tem que buscar uma alternativa", disse Bolsonaro. "Hoje têm aparecido medicamentos ainda não comprovados que estão sendo testados, e o médico tem essa liberdade, tem que ter", completou.

Nesta terça-feira (6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu comunicado alertando sobre o uso indiscriminado de medicamentos e sobre os efeitos adversos resultados de práticas como a "falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas baseadas em evidências científicas".

Segundo o sistema de notificações de farmacovigilância da Anvisa, o número de registros de reações adversas pelo uso da cloroquina saltou de 30 em 2019 para 242 em 2020, um aumento de mais de 800%. O medicamento também passou a encabeçar a lista dos remédios com maior número de reações adversas.