Traficantes proíbem bailes em favelas para conter o avanço da Covid nas comunidades

Facções afirmam que está proibida a aglomeração para conter a disseminação do coronavírus. 'Ou vocês abraçam o papo, ou papo vai abraçar vocês', diz um aviso

31 MAR 2021 • POR • 18h02
Traficantes do Rio de Janeiro estão preocupados com o avanço do novo coronavírus nas comunidades - Reprodução/Twitter

Traficantes do Rio de Janeiro estão preocupados com o avanço do novo coronavírus nas comunidades e probiram a realização de bailes. Na página do Baile da China, relativa à comunidade do Barro Vermelho, em São Gonçalo, por exemplo, um aviso deixa bem claro.

"Não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos". O aviso é assinado pela 'Tropa do Pivete', apelido de Leilson Ferreira Fernandes, um dos chefes da facção Comando Vermelho.

Segundo informações da Polícia Militar, as duas principais lideranças do Comando Vermelho de São Gonçalo, Wallace Batista Soalheiro, o Pixote, e Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó, proibiram os bailes nas favelas do Salgueiro, Jardim Catarina, Coruja, Chumbada, Menino de Deus e Martins.

Eles publicaram o seguinte recado nas redes sociais desses bailes: "Estamos enfrentando um momento delicado por conta do novo coronavírus (Covid-19) e mediante a situação para evitar aglomerações não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos".

Já Bruno Loureiro, o Coronel, liderança do Terceiro Comando Puro, no Muquiço, Zona Oeste do Rio, é ainda mais claro: divulgou um áudio em redes sociais e em alto-falantes na comunidade dizendo: "Fica proibido andar na comunidade sem máscara, a partir de hoje, dia 30 de março. Ou vocês abraçam o papo, ou papo vai abraçar vocês. Atenciosamente, a Diretoria".