Guaiúba: prefeitura diz que obra não restringirá acesso à praia
Construção de um conjunto residencial próximo da faixa de areia da Praia de Guaiúba, em Guarujá, gerou a criação de um abaixo-assinado para impedir a obra
21 FEV 2021 • POR • 10h50A construção de um conjunto residencial próximo da faixa de areia da Praia de Guaiúba, em Guarujá, gerou a criação de um abaixo-assinado que afirma que a obra pode vir a restringir o acesso da população ao mar, além de gerar aglomerações maiores no entorno do local e retirar a tranquilidade de quem está acostumado a passear periodicamente na areia. Apesar disso, entretanto, a Prefeitura de Guarujá garante que a obra está regularizada e foi pensada de forma a evitar transtornos para novos e antigos moradores.
A petição, que segue online no portal Change.Org no momento da publicação desta matéria, reúne assinaturas de mais de 4 mil pessoas e pede o embargo da obra do residencial na praia do Guaiúba. Na publicação, o autor afirma que a pretensão da construtora é de erguer 'prédios de condomínios no Guaiúba' e a medida seria um desrespeito à lei de zoneamento, que declara o bairro como 'Zona Especial de Interesse Turístico e Zona de Baixa Densidade', além de estar em Área de Proteção Ambiental.
"A construção de prédios no local irá causar incontáveis prejuízos à comunidade de frequentadores da praia, já que haverá intenso tráfego de veículos no calçadão podendo ocasionar acidentes e retirando dos pedestres principalmente crianças, idosos e pessoas com deficiência toda tranquilidade que desfrutam ao caminhar pela orla", escreve na publicação.
Em contrapartida, a prefeitura afirma que essas declarações são equivocadas, uma vez que a construtora não erguerá prédios de vários andares. Além disso, toda a arquitetura do ambiente, que ainda começará a ser construído, foi concebida seguindo normas impostas já nas próprias leis municipais.
"Esse é um alvará de 2017 que passou por aprovação e está, rigorosamente, atendendo ao código urbanístico da nossa cidade, o plano diretor. O gabarito dele é permitido naquela quadra até 12,5m de altura, ou seja, térreo mais três andares e também atende a restrição do loteador que a 'zona de veraneio', isso tá dentro das nossas especificações", explica Adilson de Jesus, Secretário de Infraestrutura e Obras.
Ele afirma que a preocupação da população ao ouvir falar de 'prédios' é compreensível, mas reafirma que nenhuma edificação similar à de um arranha céu pode ser erguida próximo da faixa de areia da Praia de Guaiúba e que entidades compostas por moradores acompanharam o processo de liberação para que o residencial seja construído.
"É um condomínio 'unifamiliar' que não tem a característica de prédio e passou pelo estudo de impacto de vizinhança, pelo relatório de impacto de trânsito, passou pela Sabesp, também passou pela restrição do Condephaat. Tanto por todos os órgãos ambientais e tanto pela prefeitura passou foi aprovado dentro da legislação atual. Ele não é um terreno de praia, ele é recuado, entre ele e a praia tem aquele calçadão grande. O pessoal chegou a mencionar que podia ter um sombreamento na areia, mas não tem como", explica.
Na terça-feira (16), as redes sociais do empreendimento mencionavam a construção de uma garagem náutica. Na quinta-feira (18), entretanto, a Reportagem não conseguiu mais localizar as páginas do residencial. A prefeitura de Guarujá afirma desconhecer qualquer tipo de construção deste tipo dentro do que já foi acordado entre empresa e prefeitura.
"Não existe garagem náutica, não existe no projeto que a gente aprovou. Existem unidades de 60 a 100 metros quadrados do apartamento e todos eles com vaga de garagem. Desconheço essas garagens", conclui Adilson.
Quanto aos autores da petição e todos os moradores que assinaram o abaixo-assinado, o secretário explica que todas estas pessoas podem entrar em contato com a prefeitura para buscar esclarecimentos, mas ressalta que a Administração não prevê e não almeja nenhum tipo de mudança na rotina da Praia do Guaiúba.