Aos 86 anos, morre o maestro Antonio Manzione

Músico lutava contra um câncer na medula e no duodeno

26 JAN 2021 • POR • 20h57
Manzione foi uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento da cultura local - Divulgação

No dia do aniversário de Santos, a Cidade perdeu uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento da cultura local, o maestro Antonio Manzione, vítima de complicações de câncer na medula e no duodeno. Formador de inúmeras gerações de músicos, ele foi o professor de violão mais premiado do País.

Nascido em São Paulo, em 21 de outubro de 1934, Manzione foi discípulo em 1960 do mestre Isaias Sávio, 'pai' do violão no Brasil. Dois anos depois, formou-se professor pelo conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

Em 1969, no 2° Seminário Internacional de Violões em Porto Alegre, o compositor lançou o Sistema Coletivo, atualmente conhecido como Sistema Manzione. O modelo permite que as aulas de música (no caso, o violão) pudessem ser dadas a grande número de alunos com apenas um instrumento.

No ano de 1972, Manzione chegou a Santos, onde deu início ao primeiro curso oficial de violão promovido pela prefeitura. Em 1984, participou da criação da Camerata Heitor Villa-Lobos. Neste mesmo ano, regeu 1.000 violões na homenagem dos alunos ao seu quinquagésimo aniversário, com transmissão no programa “Fantástico”. 

Em 2002, a Câmara Municipal de Santos batizou o curso oficial de violão da Prefeitura de 'Curso de Violão Maestro Antonio Manzione'. Dois anos depois, o Legislativo concedeu-lhe o título de Cidadão Santista. 

Dentre os seus feitos estão mais de 1 mil apresentações, 27 mil alunos assistidos - sendo que 126 deles foram se apresentar no exterior – e mais de 500 recitais individuais. Acumulando mais de 700 premiações entre troféus, medalhas, placas e diplomas. 


MAIS QUE PROFESSOR

“Ele não poupou esforços pela sua obra musical e por seus alunos. Meu marido foi mais do que um professor, foi um verdadeiro orientador para os seus alunos, ensinando a eles muito mais do que música, cuidando de cada um com muito carinho”, comentou dona Leila Manzione, que esteve ao lado do maestro ao longo de 54 anos. 

“O maestro nos deixou, mas fica um legado inestimável. Milhares de pessoas que fizeram música em Santos nas últimas décadas iniciaram suas trajetórias graças aos ensinamentos do professor Manzione. A cultura de Santos só tem o que agradecer”, afirmou o secretário de Cultura, Rafael Leal.

Além da viúva Leila, Manzione deixa as filhas Cristiane e Luciane e o neto Fabio. O velório, reservado a familiares e amigos, será realizado nesta quarta-feira (27), das 8h às 11h, no Cemitério Metropolitano de São Vicente, mesmo local do sepultamento.