TCU vê ilegalidade em uso de dinheiro do SUS para cloroquina

Tribunal deu cinco dias para que o Ministério da Saúde preste esclarecimentos sobre fornecimentos dos medicamentos - sem eficácia comprovada- com verba do SUS

26 JAN 2021 • POR • 21h40
TCU também questiona a mudança de posicionamento do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o medicamento - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ilegalidade no uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento de pacientes com Covid-19 e cobrou explicações ao Ministério da Saúde. A Pasta tem cinco dias para prestar esclarecimentos sobre o fornecimento dos medicamentos com verba do SUS.

Em despacho, o ministro do TCU, Benjamin Zymler, afirma que os remédios – que não tem comprovação científica contra o coronavírus - só poderiam ter sido fornecidos pelo SUS para tratar a doença se houvesse autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de autoridades sanitárias estrangeiras. O despacho é da última sexta-feira, mas foi divulgado nesta terça-feira.

Zymler também questiona a mudança de posicionamento do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que após defender o uso e a entrega em massa dos medicamentos pelo governo federal, afirmou que o Ministério da Saúde nunca orientou o ‘tratamento precoce’ e sim o ‘atendimento precoce’ dos pacientes.

Além disso, o ministro do TCU também pediu explicações sobre o aplicativo TrateCOV, lançado pelo governo federal para agilizar o diagnóstico da Covid-19 e que recomendava antibióticos, cloroquina e ivermectina até para bebês. O aplicativo já foi tirado do ar.

Segundo o Ministério da Saúde, os esclarecimentos serão prestados ao TCU no prazo determinado pelo tribunal.