Empresários de Santos aderem ao Movimento Meia Porta nas redes sociais

Novas medidas determinam que estabelecimentos fechem às 20h

22 JAN 2021 • POR • 14h09
Movimento foi aderido por mais de 100 estabelecimentos - Reprodução/Instagram

Na última segunda-feira (18), um novo decreto foi anunciado pelo prefeito Rogério Santos (PSDB). Nele, novas medidas determinam que os restaurantes devem permanecer abertos até às 22h apenas, com venda de bebidas alcoólicas até às 20h. No caso dos bares, o fechamento deve ser às 20h. Em coletiva, ele afirmou que “com o agravamento da pandemia, com o comportamento das pessoas se aglomerando nas ruas, bares, foi tomada essa medida que segue o Plano São Paulo". 

Ainda hoje, foi declarado pelo governador João Doria que a Baixada Santista volta para a fase laranja, entrando na vermelha a partir das 20h já na próxima segunda-feira (25).

Teoricamente, a medida deveria brecar o crescimento do número de casos de coronavírus em Santos. Além dos bares e restaurantes, outros comércios também tiveram seus horários de funcionamento reduzidos. 

Com isso, diversos estabelecimentos santistas se reuniram nas redes sociais para aderir a um movimento: o “Meia Porta”. Nele, donos dos empreendimentos fazem um apelo, já que a categoria não recebeu auxílio e nem redução de impostos.

Rafael Facincani Machado, proprietário do Rota Santista há 7 anos e do Dags há apenas 1, contou que esse movimento surgiu entre 30 empresários, preocupados com essa mudança de bandeira. 

“Na mudança anterior de bandeira, já estávamos todos muito comprometidos financeiramente, com expectativa de ter que trabalhar 3 ou 4 anos apenas para pagar dívidas geradas durante a pandemia”, contou. 

O grupo que aderiu ao movimento já chega a cerca de 100 estabelecimentos. E boa parte da população também tem demonstrado apoio nas redes sociais. Na visão de Rafael, essa medida atual pode até mesmo piorar o cenário pandêmico que vemos hoje: “ao reduzir horários as pessoas se encontram na praia, ruas, postos e lugares sem a mesma estrutura, ou até mesmo ilegais, onde as medidas de combate ao coronavírus não existem. No nosso entendimento, a redução de horários de funcionamento gera mais aglomeração”, explica. 

Essa não é a primeira vez que os empresários se reúnem virtualmente para pedir soluções. Há alguns meses, outro “movimento meia porta” circulou pelas redes. “O primeiro movimento foi muito positivo e conseguimos algumas alternativas para ter horários maiores para trabalhar, seguir lutando para sobreviver”, afirma Rafael. 

De acordo com o empresário, as duas casas que ele mantém seguem todos os protocolos exigidos, o que inclui aferição de temperatura, distanciamento de mesas e redução da capacidade máxima. Há álcool em gel e os clientes não podem sair das mesas sem uso de máscara. Os funcionários também estão protegidos: "Todos eles usam escudos faciais, máscaras e equipamentos de proteção. Ao menor dos sintomas, já são afastados por precaução”, contou. 

“Toda a categoria acredita na redução de capacidade de lotação dos estabelecimentos, tal qual distanciamentos e medidas de segurança. Sabemos do nosso papel importante contra a covid, e fazemos com responsabilidade e certeza de que estamos contribuindo com a situação atual”, finalizou Rafael.