Centro de Santos ganha novas cores nos postes; veja fotos e onde encontrar

Postes cheios de cores nas encruzilhadas entre a Frei Gaspar e a Senador Feijó chamam a atenção de quem passa por ali

17 JAN 2021 • POR • 08h00
Cada encruzilhada possui um grupo de 4 postes que possuem um tema que descreve, de alguma maneira, a cidade de Santos - Rosana Anjos/Divulgação

Há poucas semanas, o Centro de Santos ganhou um pouco mais de cor. Isso porque os artistas Prëo e Bomfim reuniram alguns outros colegas em um projeto chamado Cores. A ideia surgiu após uma conversa e planos de colorir os postes na Rua Itororó, onde acontece uma feira de empreendedores da cidade.

O nome do projeto vem da ideia do símbolo de mais, que forma uma encruzilhada, da mesma forma que os postes se encontram, nas encruzilhadas entre as ruas Amador Bueno e João Pessoa, e também na Frei Gaspar e Avenida Senador Feijó.

"Cada poste tem um tema muito caiçara, muito santista, como café, praia, gírias, entre outros. A repercussão foi ótima, os comerciantes da região elogiaram bastante", contou Leonardo Leite, o Prëo, que assina os postes com tema do café, que tinha até o clássico cheirinho da bebida no início.

Os postes, que são um certo museu a céu aberto, fazem parte de um projeto que está em andamento desde dezembro, com apoio da Prefeitura tanto na parte de autorizações como também na base histórica, já que os postes têm temas relacionados à cidade de Santos.

"O projeto Mais Cores vem justamente para que a gente dê vida ao Centro. Eu sei que só pintar os postes não vai revitalizar o bairro 100%, mas é um começo, a gente une os artistas por uma boa causa", reflete Bomfim.

Cada artista precisava criar artes em no mínimo quatro postes em cada encruzilhada, cerca de 28 para cada um. Porém, mais de 100 artes estão espalhadas pelo Centro, incluindo além dos postes, latas de lixo e partes da calçada, bueiros.

"Eu sempre gostei do Centro de Santos. Em outubro do ano passado, fui convidado a fazer uma exposição e comecei a ocupar o lugar. O Centro está rotulado como abandonado, precisa ter vida ali, galera morando, passeando com o cachorro. Faltam mais bares, galerias de arte, dá pra fazer bastante coisa", conta.

Leonardo trabalhou com design de interiores por quase 10 anos até decidir que queria mesmo é ser artista. Já Erico Bomfim foi publicitário por 10 anos, dentro e fora do Brasil, mas também sonhava em viver da arte. Os dois se conheceram justamente enquanto Leo ainda trabalhava como designer em uma empresa de ambientes planejados e Bomfim já trabalhava no ramo da arte, inclusive havia sido convidado para fazer uma parede da empresa. "Não existia esse movimento artístico que vemos hoje. Há 5 anos era mais publicitário, hoje é mais autoral, somos procurados por causa do nosso estilo de fazer arte", conta Leonardo.

Inicialmente, a ideia era focar o projeto pelos postes no Centro, mas os planos para o futuro incluem, além de uma segunda fase de pintura nos postes com artistas diferentes, uma ideia chamada "Se Esse Poste Fosse Meu, Eu Mandava Grafitar", que envolve as ruas de todos os lugares de Santos. "A ideia é começar a espalhar cor e arte pela nossa cidade, principalmente com novos artistas", finaliza Prëo.

"Trabalhar nesse projeto foi uma coisa muito legal, é gratificante quando você executa um projeto e ele cai na graça do povo. O Centro precisa se renovar e a arte pode servir para que isso aconteça, dando uma alegria a mais", observa Bomfim.