Agradando também onívoros, Super Vegetariano cresce na pandemia e chega à 2ª unidade

Com quase 35 anos de história no Centro de Santos, o restaurante abre agora a segunda unidade na Aparecida

19 DEZ 2020 • POR • 18h30
Leonardo de Carvalho comprou o restaurante há 11 anos e é o terceiro sócio-proprietário - Nair Bueno/Diário do Litoral

O restaurante Super Vegetariano, no Centro de Santos, se prepara para abrir as portas da sua segunda unidade. A casa resistiu à crise causada pelo coronavírus e agora vai chegar ao bairro da Aparecida nos próximos meses. O Super Vegetariano existe desde 1986, quando foi criado pela dona Zeli. Seu sobrinho tocou o negócio até 2010 e o vendeu para Leonardo de Carvalho, que é o atual sócio-proprietário.

Em 2021 o restaurante completa 35 anos e a maior comemoração, segundo Leonardo, será chegar na Rua Primeiro de Maio, 57. Apesar das dificuldades que o restaurante passou durante os 80 dias em que se manteve fechado, hoje volta a caminhar para o seu faturamento usual. "Foi muito difícil, mas as coisas estão melhorando. O salão já voltou a render um valor próximo aos valores de antes da pandemia e estamos muito felizes de abrir a segunda casa", conta ele.

A segunda unidade estava planejada apenas para 2022, mas acabou sendo antecipada. "Mesmo em momentos de crise, boas oportunidades aparecem, então a gente resolveu ao invés de dar um passo pra trás, tentar dar um grande passo grande pra frente", explica Leonardo.

O restaurante funcionará da mesma forma que já opera no Centro de Santos, onde o cliente paga um valor único e pode comer à vontade, incluindo sobremesas, água e suco. A diferença é que o salão da Aparecida ficará aberto de segunda a sábado, junto com o delivery, enquanto no Centro o salão funciona de segunda a sexta, reservando os sábados apenas para entregas.

A grande premissa da casa é uma alimentação saudável, onde tudo é produzido pela cozinha do restaurante. "Fabricamos tudo e não usamos praticamente nada industrializado, nossa comida é bem caseira, não temos nem microondas por aqui", conta o proprietário.

"Nossa definição de alimentação é ovolactovegetariana, podemos usar ovos, leite e derivados nas receitas, mas nem sempre usamos e, quando é o caso, damos também a opção vegana, para quem não come nada de origem animal", explica.

O crescimento do movimento vegetariano no mundo colabora para um aumento da demanda, mas Leonardo garante que a casa é muito frequentada por não-vegetarianos também. "A culinária vegetariana tem que ser saudável, mas, mais do que isso, ela tem que ser uma culinária onde principalmente os não-vegetarianos queiram comer, porque cada vez mais os restaurantes vegetarianos fazem uma comida muito parecida com os restaurantes que não são vegetarianos, mas com a diferença de não usar proteína animal".

Além de não usar carne animal nos pratos, o Super Vegetariano também segue uma pegada mais ecológica: a água dos aparelhos de ar-condicionado é reutilizada, gerando uma economia de cerca de 90 litros de água por dia, de acordo com Leonardo, e é utilizada em uma caixa d'água para os vasos sanitários dos banheiros. "Dentro daquilo que é possível fazer, fazemos alguma coisa ecologicamente correta", explica ele. O desperdício de alimento também não acontece por lá: uma cenoura ralada que sobra de um almoço pode ser congelada e virar um pão ou bolo no dia seguinte, ou o tomate que sobra da salada se transforma no molho para o próximo prato.

"As pessoas abriram um pouco a mente, tanto os não-vegetarianos para experimentar nossa comida, como os vegetarianos em relação a quem não é. Eu mesmo sou vegetariano há uns 3 anos apenas, porque isso foi um processo e tudo tem seu tempo", finaliza.