Cegueira avança com a idade, diz oftalmo

A cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo, segundo OMS.

16 DEZ 2012 • POR • 17h33

Na semana do Dia Nacional do Deficiente Visual, cuja data foi celebrada no último dia 13 de dezembro, vale retomar o propósito da Organização Mundial da Saúde (OMS) com o Programa Visão 2020: o Direito à Visão. O fato que levou ao desenvolvimento deste programa foi a constatação de que a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo. E esta situação chega ao extremo, muitas vezes, por falta de informação, pois até 75% das cegueiras resultam de causas previsíveis e/ ou tratáveis.

Alguns fatores influenciam na representatividade desse índice. E o aumento da estimativa de vida é um deles, observa o diretor e especialista em retina do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), o oftalmologista Sérgio Kniggendorf.

Resultados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que a média de vida do brasileiro passou de 71,2 anos para 73,3 anos. Há 50 anos, a expectativa de vida no País era de 48 anos. De acordo com o oftalmologista, “a população vivendo mais tempo, problemas de saúde como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) apresentam crescimento também”.

A DMRI, explica Kniggendorf, é um problema ocular diretamente relacionado a uma degeneração ocasionada pela idade, como o nome sugere. Esta degeneração afeta a mácula (parte central da retina), provocando lesões irreversíveis com perda da visão central. “Com o passar do tempo, as células da retina começam perder a funcionalidade devido ao aparecimento de manchas, pigmentações, hemorragias e fibroses na mácula”, completa.


Abrangência

Dados da OMS apontam que o número de pessoas que perderão a visão por causa da DMRI deve chegar a seis milhões/ ano em 2020, o dobro das vítimas registradas em 2010. Ainda segundo a Organização, a DMRI atinge entre 5% da população mundial com idade entre 65 e 74 anos e 25% dos indivíduos com idade acima de 74 anos.