Bolsonaro minimiza racismo e diz que lugar de quem prega discórdia 'é no lixo'

Bolsonaro afirmou que "aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história"

21 NOV 2020 • POR • 13h03
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (20) que o lugar de quem prega discórdia "é no lixo" no dia seguinte em que um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre.

O mandatário não citou o caso do assassinato de João Alberto Silveira Freitas no Rio Grande do Sul. Nesta sexta, houve manifestações ao menos em Porto Alegre, São Paulo e Brasília em razão da morte na loja.

Bolsonaro afirmou que "aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história". "Quem prega isso está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!".

Sem citar o episódio do Carrefour ou a data que celebra a memória de Zumbi dos Palmares, Bolsonaro disse que "o Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações".
"Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso", escreveu o presidente.

Segundo ele, o país é uma única família na qual "podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros".
"Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de 'luta por igualdade' ou 'justiça social', tudo em busca de poder", escreveu Bolsonaro.

O presidente ainda escreveu que "não podemos nos deixar ser manipulados por grupo políticos". "Como homem e como presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença."