Bolsonaro questiona apuração das eleições e volta a citar voto impresso
Presidente disse que é preciso um sistema que ‘não deixe dúvidas’
16 NOV 2020 • POR • 19h40O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Nesta segunda-feira (16), ele voltou a citar o uso do voto impresso ao justificar que é preciso um sistema que "não deixe dúvidas" ou "margem para suposições".
"Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido, não deixar margem para suposições", afirmou. Em seguida, o chefe do Executivo disse que desconhecia o uso do sistema eleitoral brasileiro em outros países do mundo.
No total, contando com o Brasil, 46 países utilizam algum tipo de votação eletrônica em eleições, considerando pleitos de caráter nacional, regional, ou para escolha de dirigentes sindicais.
"Tenho proposta, tive né. O Supremo [Tribunal Federal] disse que é inconstitucional o voto impresso. (Mas) tem proposta de emendar a Constituição na Câmara. Se não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições a dúvida sempre vai permanecer e nós devemos atender a população", ressaltou.
"Muita gente fala, alguns falam, sem ouvir o povo, sem sair de seus gabinetes. No meu caso, estou sempre ouvindo a população. Eles querem um sistema de apuração que possa demorar um pouco mais, não tem problema nenhum, mas que seja garantido que o voto que essa pessoa deu vá para aquela pessoa realmente de fato. É só isso", disse.
Lentidão
Após a votação, houve lentidão na apuração de votos devido à um problema em processadores de um computador, de acordo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
Mesmo com a demora, o presidente do TSE tentou afastar as suspeitas sobre a possibilidade de se fraudar os resultados. De acordo com o presidente do órgão, não é possível que haja fraude, já que os resultados em cada urna são impressos em um boletim, ao final da votação, afixados na seção eleitoral e distribuídos aos partidos.