Turismo - Aurora do Tocantins, paraíso escondido

Localidade reserva surpresas, como o menor rio do Brasil, mais de 200 cavernas e muita aventura

1 NOV 2020 • POR • 10h10
RIO AZUIS. Pela foto já dá para ver porque leva esse nome: as pedras do leito do rio têm essa coloração azul turquesa, e entre março e outubro, na época da seca, a água fica transparente - Foto: Divulgação/Governo de Tocantins

Por Vanessa Zampronho

Viajar para locais isolados na pandemia é uma das tendências do turismo brasileiro. Afinal, evitar aglomerações são algumas das recomendações sanitárias. E uma cidade que segue isso até pela sua localização é Aurora do Tocantins, perto da divisa da Bahia e de Goiás.

Primeiro, para chegar até lá, de avião, pode descer em Brasília ou até Palmas, capital tocantinense. Há ônibus que levam até a cidade, se quiser fazer um passeio por conta própria. Há agências de viagem que disponibilizam um transfer até Aurora. Dá para ir de carro também. Por outro lado, os passeios aos pontos turísticos precisam ser agendados com guias, até porque eles conhecem os locais como ninguém.

Uma das curiosidades de Aurora do Tocantins é o nome: é a última cidade do estado que vê o sol nascer. Como ela fica na parte de trás das Serras Gerais, considerada a maior cadeia de serras do Brasil, o município vê o sol surgir por último. Mas é essa localização que traz algumas de suas maiores atrações.

O rio Azuis é uma delas. É considerado o menor rio brasileiro, com apenas 147 metros de extensão. Mas o nome do rio não é à toa: ele nasce em um barranco e a água cai em um lago, que tem no seu leito pedras de cor azul-esverdeado. A vista é das mais deslumbrantes. Ele deságua depois no rio Sobrado.

Aurora tem também mais de 200 cavernas, e algumas se tornaram pontos turísticos bastante procurados, como as grutas das Rãs e a do Sabiá. Elas não são extensas, chegam a no máximo 250 metros, são abafadas e secas. Somente quando chove, entre outubro e março, que há goteiras dentro da caverna - é nesse processo que surgem as estalactites, pontas de calcário que ficam penduradas no teto.

A gruta do Sabiá tem vários salões, mas a passagem entre eles é mais estreita. A das Rãs é maior e até tem um lago, mas ele ainda não foi totalmente explorado - não se sabe se ele se conecta com outras áreas ou se é um afloramento de algum rio. Nessas cavernas, já foram encontrados fósseis de animais como tatus gigantes e onças maiores que as de hoje.

Por estar nas Serras Gerais, uma das maiores cadeias de serras do Brasil, o sol demora mais a aparecer por lá. Mas isso não tira o brilho da cidade, que está se tornando mais conhecida não somente por conta do estilo de turismo imposto pela Covid-19, mas especialmente por ser um local para se desligar do mundo.

Aurora fica a 485 km de Brasília e a 530 km de Palmas, capital do Tocantins. Dá para escolher em qual aeroporto descer para decidir o resto do caminho, existe ônibus saindo das rodoviárias de ambas as cidades. Alugar um carro para curtir a viagem também é uma boa.

Há duas épocas para visitar a cidade. Entre março e outubro é a época de seca. A água do rio Azuis e dos demais rios fica bem mais limpa. Mas, mesmo entre outubro e março, quando a chuva é mais intensa, não chega a estragar o passeio - os rios ficam um pouco mais turvos.

É bom levar dinheiro em espécie, visto que poucos estabelecimentos usam cartões. Não há bancos na cidade, somente uma agência lotérica. Postos de combustível não costumam ter etanol - considere alugar um carro a gasolina, para não ser pego de surpresa.

Pode acontecer de os hotéis não terem televisão nos quartos, e a ideia é essa: a de proporcionar uma viagem de se desligar do mundo e se conectar com a natureza.