Mulher que levou idoso morto a banco diz que ele estava 'conversando'

Laudo da perícia, contudo, informa que o idoso já estaria morto há 12 horas quando foi levado ao banco em Campinas, no interior de São Paulo

19 OUT 2020 • POR • 17h05
Caso está sendo investigado pela Polícia Civil - Reprodução/EPTV

A mulher que levou um idoso morto a uma agência bancária de Campinas, no interior de São Paulo, para realizar a prova de vida da aposentadoria afirmou, em entrevista à “TV Record”, que o homem, de 92 anos, estava vivo quando chegou ao local. O laudo da perícia, contudo, informa que o idoso já estaria morto há 12 horas quando foi levado ao banco.

Por telefone, a mulher negou que tenha saído de casa com o marido, Laércio Della Colleta, morto. "Ele saiu com vida [...] Ele se sentiu mal e veio a falecer dentro do banco, mas não houve nada, assim, de errado... está tudo certo", conta Josefa.

Questionada por que não levou o marido ao hospital, a mulher disse que "ele não queria ir, de jeito nenhum [...] ele estava bem, estava conversando, falando. Tem médico particular, tem tudo", conta.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

O caso

A mulher levou o idoso morto em uma cadeira de rodas para tentar sacar a aposentadoria dele em Campinas, no interior de São Paulo. A ação, que ocorreu no dia 2 de outubro, está sendo investigada pela Polícia Civil.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, a suspeita disse ao banco que tinha perdido a senha de letras da conta do suposto companheiro, um escrivão aposentado e viúvo de 92 anos.

A partir dessa informação, o Banco do Brasil disse que seria necessário fazer a prova de vida presencialmente como medida de segurança.

A mulher, então, foi até a agência com o homem em uma cadeira de rodas. Para acelerar o atendimento, ela alegou que o idoso estava passando mal, e os bombeiros foram acionados para auxiliá-lo.

Foi no momento do atendimento que os agentes notaram que o homem não só estava morto, como ele deveria ter morrido há algum tempo. De acordo com o boletim de ocorrência, o Corpo de Bombeiros e o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) notaram que ele estava em estado cadavérico e com inchaço nos pés.

O laudo necroscópico apontou que o idoso estava morto há 12 horas, segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), José Henrique Ventura.

"Ela alega que era companheira dele há alguns anos, mas não tinha procuração para movimentar ou mexer na conta. Com o laudo, vamos instaurar inquérito por estelionato. Antes, era morte a esclarecer. Agora vamos tentar entender qual era a intenção dela, o que iria fazer com ele e o dinheiro", diz o diretor.