ONG realiza estudo nos manguezais da Baixada Santista

Em outubro e novembro serão feitas incursões em Itanhaém, Cubatão e São Vicente

1 OUT 2020 • POR • 07h15
O resultado das visitas será transformado em artigo científico que será apresentado ao Gaema - Divulgação/Ecomov

A organização Ecomov visitou, no último sábado (26), um dos mais prejudicados manguezais da região, localizado em Cubatão, no bairro Casqueiro. A iniciativa é uma parceria com o Ministério Público que visa colaborar com os trabalhos de preservação dos manguezais do Estado de São Paulo. A ação é coordenada por Juliana Teixeira Gonçalves, Bióloga e Vice Presidente da entidade.

Durante a visita foram registrados diversos tipos de resíduos domésticos, que duram décadas no ambiente marinho. Foram avistados também seringas e pinos de cocaína.

As embalagens metalizadas usadas para embalar salgadinhos e bolachas também são extremamente tóxicas para o meio ambiente, aponta a Bióloga Juliana. Segundo ela, o laminado contém metal e ao ser dissolvido afeta diretamente a vegetação e os animais que procuram o mangue para se reproduzirem.

Outro destaque são os potes de marmitas de isopor, que se fragmentam e acabam sendo consumidos por animais marinhos. Foram coletadas ainda seis lâmpadas fluorescentes, que devem ser encaminhadas para locais específicos no descarte.

A equipe percebeu também que mais de 90% da vegetação da faixa de mangue do Casqueiro (1,5 km) está comprometida.

Em outubro e Novembro serão feitas incursões em Itanhaém, Cubatão, São Vicente e São Sebastião. O resultado das visitas vai para um artigo científico que será apresentado ao Gaema/BS.

Bolinhas de Natal

Em 11 de agosto de 2017 uma forte ressaca atingiu Santos. Naquela madrugada o navio Log in Pantanal aguardava para entrar no porto. As ondas, com mais de 3 metros, atingiram em cheio a embarcação e 40 contêineres caíram no mar.

A carga, formada entre outras coisas, por enfeites de natal, ficou boiando na água. Mais de três anos depois e as bolinhas natalinas de plástico ainda são encontradas nas praias da região.

"Em 2019 registramos 40 bolinhas, o que aponta a persistência do material no meio ambiente. Isso será apresentado para Dra. Flávia Maria Gonçalves, do Gaema, para propor denúncia contra a operadora do navio", afirma Rodrigo Azambuja, Presidente da organização Ecomov.