Ala de time de basquete santista se divide entre a quadra e o serviço militar

Lucas Tavares Lira, do Memorial/Santos/Fupes, fala do esforço para manter vivo sonho de criança

24 SET 2020 • POR • 10h45
A realidade do jogador, de 19 anos, se confunde com a de muitos de seus compatriotas da mesma idade - Thiago Castro/Memorial

O ala-armador Lucas Tavares Lira, da equipe de basquete Memorial/Santos/Fupes, vive uma situação, no mínimo, curiosa. É que, atualmente, ele se divide entre duas fardas: uma é azul e branca, as cores do time do qual faz parte, e a outra é a camuflada do Exército Brasileiro.

A realidade do jogador, de 19 anos, se confunde com a de muitos de seus compatriotas da mesma idade. Após se alistar, no ano passado, foi escolhido para o serviço militar obrigatório. Isso mexeu com sua vida e deixou tudo mais corrido, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, que tornou os treinos "caseiros" (por meio de aplicativos).

O ala admite: a rotina, criada pela responsabilidade de servir ao país e pelo sonho de ser um atleta de alto nível, não é fácil. "Por conta da vida militar, que é muito intensa, achei que não conseguiria conciliar o basquete e o Exército. Mas, graças a Deus, estou conseguindo. Desde criança, o meu sonho foi ser jogador e o meu objetivo sempre foi honrar meu país. De certa forma, é o que estou fazendo, mas por meio do Exército".

Embora diga gostar do que faz, Lira afirma que nada ase compara ao prazer de  estar em quadra. Aliás, é por isso que faz grande esforço para manter vivo seu sonho. "Desde pequeno, sempre gostei de jogar. A adrenalina que sinto dentro da quadra faz eu me sentir bem confortável. Para mim, o basquete não é um trabalho, mas um prazer. Eu amo (este esporte)".

Este sentimento faz seu desejo pelo retorno às competições, paradas por causa do combate à Covid-19, ser cada dia maior, mesmo sabendo saiba que a volta dos torneios representará uma vida ainda mais corrida. Por sinal, Lucas prevê que o time santista vai brilhar quando a bola laranja subir novamente.

"A equipe vai voltar e vai voltar com força e vontade. Sempre demos o nosso melhor e iremos trabalhar firme para vencermos as competições que disputarmos", diz o ala-armador, que faz parte do elenco do Memorial/Santos/Fupes desde o ano passado.

TRAJETÓRIA.
Lucas Tavares Lira conheceu o basquete aos 10 anos, por meio da Central Única das Favelas (CUFA). Ele fez parte do projeto até que, aos 11 anos, foi chamado para jogar pelo Clube Internacional de Regatas, de Santos.

O jogador ficou na agremiação da Ponta da Praia até os 17 anos, quando passou a treinar no time atual. Entretanto, somente em 2019, passou a integrar o plantel do Memorial/Santos/Fupes.