Acidentes por neblina caem no primeiro semestre nas rodovias concedidas de São Paulo

Queda registrada foi de 16,18%; campanhas educativas e ação direta nas rodovias estão entre os fatores que motivaram a redução

16 SET 2020 • POR • 13h55
A neblina ou nevoeiro ocorre por causa das baixas temperaturas e da elevação da umidade atmosférica - Nair Bueno/Diário do Litoral

Um levantamento realizado pela ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo aponta que os acidentes causados por neblina nas rodovias paulistas concedidas e sob regulação da Agência tiveram uma redução de 16,18% nos primeiros oito meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre os fatores que levaram à redução, estão campanhas educativas e preventivas voltadas para os usuários que foram realizadas pela ARTESP em parceria com as concessionárias. Já os acidentes provocados por fumaça se mantiveram estáveis e apresentaram a mesma quantidade do ano passado.

Com a chegada do inverno, são comuns o fenômeno da neblina e também as queimadas. A neblina ou nevoeiro ocorre por causa das baixas temperaturas e da elevação da umidade atmosférica, que provoca baixa visibilidade aos motoristas. Já as queimadas acontecem devido ao tempo muito seco, deixando florestas, matas e plantações suscetíveis a grandes incêndios, provocando fumaça excessiva. Tanto a neblina quanto a fumaça contribuem para que os motoristas que trafegam por rodovias se envolvam em acidentes por afetar a visibilidade.

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Os acidentes causados por neblina, até agosto, geraram 57 ocorrências, enquanto no mesmo período do ano passado foram 68. No ano passado, foram registrados 40 acidentes no referido sistema. Tanto nos oito primeiros meses de 2020 quanto no mesmo período do ano passado, aconteceram sete acidentes por fumaça.

"A redução dos acidentes por neblina é resultado das ações operacionais e das campanhas de orientação e prevenção voltadas para os usuários, que são realizadas pela ARTESP em parceria com as concessionárias. Vamos continuar intensificando essas atividades para garantir a segurança daqueles que utilizam diariamente as rodovias paulistas", explica Milton Persoli, diretor geral da ARTESP.

Dentre as ações com as concessionárias estão: campanha de orientação com mensagens de alerta veiculadas nos painéis eletrônicos (PMVs) distribuídos pelas rodovias, instalação de faixas nos trechos de maior incidência, operações de redução de velocidade e sinalizações específicas, inclusive com uso de viaturas (operação visibilidade).

As concessionárias, em seus Centros de Controle Operacional (CCOs), acompanham de maneira remota as condições de tráfego nas rodovias, através dos recursos e equipamentos de monitoramento (câmeras, estações meteorológicas, inspeções de tráfego, entre outros) e, com isso, podem atuar rapidamente para mitigar os impactos dos fatores climáticos no tráfego.

Eventos com a presença de queimadas são potencialmente perigosos. Diante disso, as Concessionárias possuem veículos do tipo Caminhão Pipa para atendimento emergencial de combate a focos de incêndio na faixa de domínio. Não obstante, as concessionárias promovem ações e simulados periodicamente para treinamentos das equipes, bem como para atuação conjunta com os demais órgãos competentes (Bombeiros, Defesa Civil, Cetesb, SAMU, entre outros).

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

O SAI é um dos trechos mais afetados pela neblina. Sempre que o fenômeno é verificado e as condições de visibilidade ficam abaixo de 100 metros, é implantada a Operação Comboio, com o apoio do policiamento rodoviário e recursos operacionais da Concessionária Ecovias. A medida tem como objetivo fazer o represamento dos veículos (a jusante das praças de pedágio) para reduzir a velocidade e evitar acidentes. Os pontos de maior incidência de neblina estão nos trechos de serra da rodovia dos Imigrantes (São Bernardo do Campo, São Vicente e Cubatão) e da via Anchieta (São Bernardo do Campo e Cubatão) e na Interligação Planalto (São Bernardo do Campo), que liga ambas as rodovias, na altura do km 40.