Porto de São Sebastião vai exportar 20 mil toneladas de milho

Esta será a primeira vez que este tipo de carga sai pelo porto local

9 SET 2020 • POR • 16h42
Embarque de toneladas de açúcar realizado neste ano no porto de São Sebastião - Arquivo

O Porto de São Sebastião, no Litoral Norte paulista, deve exportar, nos próximos dias, cerca de 20 mil toneladas de milho. A carga sairá do Mato Grosso (MT) e a logística é inédita. Esta é a primeira vez que este tipo de carga é movimentado no porto local.

A operação será realizada pela Proporto Logística Portuária e está sendo planejada em embarque à granel em Big Bags em duas etapas. O país que vai receber a carga não foi informado pela empresa.

Para fazer o transporte da carga de milho para um navio cargueiro devem atuar cerca de 450 trabalhadores envolvidos entre colaboradores Proporto e Portuários Avulsos, operadora portuária que intermedia a exportação.

Conforme a Proporto, todos os protocolos contra a Covid-19 serão aplicados durante toda a operação de recepção, manuseio e embarque da carga, enquanto durar a pandemia.

Açúcar

Em julho passado, o Porto de São Sebastião voltou a embarcar cargas de açúcar para exportação internacional. Há cerca de 15 anos essa atividade não era realizada na região. Elas foram exportadas para Matabi, no Congo, África e o Mediterrâneo.

Segundo a Companhia Docas, responsável pelas atividades no porto local, até o final do ano devem ser embarcadas cerca de 200 mil toneladas do produto gerando mais de 400 empregos na região por movimentação.

“O açúcar embarcado em São Sebastião vem do interior do Estado de São Paulo. O cliente exportador procurava uma opção além do Porto de Santos e viu em São Sebastião uma oportunidade. Conseguimos desenvolver o projeto e ajustar os custos de forma aderente à necessidade dele”, informou Rafael Della Guardia, diretor da Proporto.

A operação de embarque é feita navios do tipo Break-Bulk que gera menor fila de atracação e custos aceitáveis. Eles podem transportar os mais diversos tipos de cargas, embaladas ou não, desde cargas secas a cargas frigoríficas. O processo de carregamento e descarregamento é diferente do que ocorre nos navios porta-container, sob aspecto de automação das operações, mas igualmente exige equipe treinada e equipamentos próprios para realizar o processo com agilidade e segurança.

Para o diretor da Proporto, essa operação veio para ficar. “Sabemos que o agronegócio vive de ciclos e entendemos que é um momento muito positivo para o açúcar e, de qualquer forma, esperamos poder manter essa operação por muitos anos”.

Paulo Oda, presidente da Cia Docas de São Sebastião, destaca que o Porto tem mantido toda a sua operação e não parou em nenhum momento mesmo diante da pandemia do novo coronavírus.

“Isso foi possível graças à adoção de todas medidas sanitárias para garantir a proteção à saúde dos portuários como uso de máscara obrigatório, disponibilização de dispensers de álcool em gel, medição de temperatura na entrada, sanitização a cada seis horas, entre outras ações”, conclui.

Conforme a Secretaria Estadual de Logística e Transportes, o Porto de São Sebastião teve um aumento de 3,6% na movimentação de cargas durante a pandemia. Entre março e maio deste ano, foram transportadas 144 mil toneladas, contra 139 mil toneladas no mesmo período de 2019.

“O Porto de São Sebastião tem uma importância logística fundamental para o Estado de São Paulo e para o Brasil”, diz o secretário estadual de Logística e Transportes, João Otaviano.