Rússia negocia com o Brasil produção de vacina contra a Covid-1

Imunizante pode durar por até dois anos; vacina Sputnik foi registrada no início do mês

20 AGO 2020 • POR • 15h55
A vacina foi testada em vários animais e não apresentou nenhum efeito colateral, segundo o vice-diretor científico do Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, Denis Logunov - DIVULGAÇÃO

Na manhã desta quinta-feira (20), cientistas russos responsáveis pelo desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 informaram que estão negociando uma produção maciça da vacina com o Brasil e outros países. A Sputnik V, que foi registrada no início de agosto, vai começar a ser testada nos próximos dias e previsão é o imunizante funcionar por dois anos.

“Estamos conversando com outros países, como Índia, Brasil, Coreia do Sul e Cuba”, disse o diretor do Instituto Gameleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, Alexander Gintsburg.

“Eles têm potencial para produzir a vacina, para servir de ‘hub’, de base, para a produção”, completou.

Segundo o diretor, a prioridade dos russos será a de negociar com países que queiram produzir a vacina e tenham capacidade para tal feito. Entretanto, ele não descarta a possibilidade de exportar o imunizante.

Ainda na entrevista coletiva, os pesquisadores afirmaram que os testes em massa da vacina Sputnik serão feitos em 40 mil pessoas. Em seguida, também revelaram que grupos mais vulneráveis, como profissionais da linha de frente, já serão vacinados.

A vacina foi testada em vários animais e não apresentou nenhum efeito colateral, segundo o vice-diretor científico do Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, Denis Logunov.

Além dos animais, o imunizante também já foi aplicado em um grupo de 220 voluntários humanos, com idades de 18 a 60 anos - eles apresentaram efeitos fracos.

“Os voluntários estão produzindo anticorpos, seus organismo reagiram bem e todos apresentaram uma boa resposta imune”, disse Logunov.

Desconfiança

Mesmo o Ministério da Saúde da Rússia afirmando que as pesquisas estão na última fase, muitas pessoas desconfiam pelo fato de ter sido muito rápido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que está em contato com as autoridades russas para coletar informações e analisar os dados.

No entanto, a vacina russa não está entre as vacinas incluídas na iniciativa de compra coletiva e distribuição pelo mundo.