Grupo cria mantas para pessoas em situação de rua usando caixas de leite

Utilizando embalagens que iriam parar no lixo, a equipe do grupo Amigos do São Vicente de Paulo faz mantas a baixo custo

6 JUL 2020 • POR • 08h00
Mantas confeccionadas por grupo poderão ser usadas por moradores de rua durante dias de inverno mais rigoroso na Baixada Santista. - DENISE DOMINGUEZ/DIVULGAÇÃO

O grupo Amigos do São Vicente de Paulo, que realiza diversas ações sociais junto a comunidades carentes da Baixada Santista está arrecadando caixas de leite vazias para criar mantas que serão posteriormente doadas a pessoas em situação de rua. Até o momento, o grupo já confeccionou e doou mais de 40 mantas que deverão manter as pessoas mais aquecidas mesmo durante os dias mais frios do inverno que começou no fim de junho.

A ideia de criar as mantas começou após os integrantes conhecerem o trabalho da equipe do 'Brasil Sem Frestas', grupo do sul do Brasil que se dedica a criar revestimento para as casas de famílias de baixa renda com embalagens de caixas de leite de forma a melhorar a climatização das residências e melhorar a condição de vida dos moradores.

Após ter conhecido o projeto, Fabiana Citero e João Adelino, contando com a ajuda dos amigos e voluntários Luiz Fernando Pedro, Vera Lucia Cardoso, Daniela Couto, João Pedro, Denise Dominguez, Maria Julia Dominguez e Rosana Queiroz, decidiram utilizar a mesma técnica na confecção de mantas.

"O Jhony é engenheiro e pensou que a técnica poderia ser usada para a mesma finalidade de isolante térmico e aí pelo fato de fazermos um trabalho na rua com moradores percebemos que às vezes eles estão deitados direto no chão e ele teve a ideia de produzir isso", afirma Fabiana.

Uma vez que a ideia já estava bem formada, o grupo decidiu ir atrás de costureiras para verificar a viabilidade do projeto. Assim que verificaram que era possível produzir as mantas com as caixas de leite, assim como nos revestimentos das residências do projeto ao sul do Brasil, chegou a hora de 'arregaçar as mangas'.

"Nos disseram que precisaríamos de uma máquina semi-industrial, fomos atrás, conseguimos por meio de doação e fizemos o teste para ver se funcionava. Depois disso demos uma aprimorada e passamos a fazer acabamento de forma para que a pessoa possa enrolar e colocar debaixo do braço, passando a ser portátil", explica Fabiana.

Com isso, os itens passaram a ser mais simples de serem carregados pelos moradores de rua e deixaram de ficar jogados no meio da rua como em alguns casos onde as pessoas deixam cobertores, colchões e outros itens jogados debaixo de marquises. O próximo passo do grupo é ainda mais ambicioso, mas tem tudo para não apenas dar certo, como também poderá amenizar os efeitos do rigoroso inverno caiçara.

"Nossa intenção também é transformar em saco de dormir e também fazer aquelas casinhas para cachorro. Esse é um trabalho super recente, começamos a fazer há pouco mais de dois meses. Nosso grupo já faz diversos trabalhos além daquele com os moradores de rua. Nós também trabalhamos com os idosos do Asilo São Vicente de Paulo, onde temos campanha de donativos todos os meses e agora na quarentena estamos arrecadando cestas básicas para algumas famílias cadastradas conosco e que prestamos assistência", explica.

Os trabalhos do grupo não param por aí. Além de todas ações sociais, eles também realizam a campanha 'Tampinha do Bem' que arrecada e vende tampinhas plásticas, de alumínio e lacres de latinha e posteriormente revertem toda a renda para assistir pessoas necessitadas.

Para quem quiser auxiliar o grupo, seja com doações de caixas de leite vazias para confeccionar as mantas ou outras formas de ajuda, basta entrar em contato com os integrantes por meio das redes sociais, seja pelo Instagram: @amigos.svp ou pelo Facebook @amigosdosvp. Além disso, eles também disponibilizam os telefones/WhatsApp: (13) 9-8115-7045 ou (13) 9-9773-4099 e afirmam que podem combinar a retirada de donativos.