Nilton C. Tristão: Um breve até logo

2020 será um marco a ser estudado na história global como um todo e no Brasil em particular

29 JUN 2020 • POR • 17h19
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Devido ao aumento de compromissos oriundos da eleição municipal que se avizinha, este será o último artigo até a data da realização do pleito. De qualquer forma, 2020 será um marco a ser estudado na história global como um todo e no Brasil em particular, o ano em que a natureza revoltou-se através de eventos climático e viral, impondo-se perante uma pseudopax humana, desacelerando nossa noção de tempo, promovendo gigantescas perdas econômicas e ceifando milhares de vidas. 
 
Em solo tupiniquim presenciamos a substituição do delírio petista pela perversidade bolsonarista, movimento narcisista que pretende redesenhar os designíos da nação à sua imagem e semelhança, gente egocêntrica, que em nome de combater a corrupção sistêmica abraça variadas percepções e ignomínias que desprezam os avanços edificados pelos princípios do universalismo, temerosa com a possibilidade das individualidades nacionais abrirem espaço para a identidade terráquea.
 
Nesse período também fomos expostos ao crime de lesa-pátria maior “do que sonhava a nossa vã filosofia”, quando instâncias federativas, comandadas por representantes eleitos pelo sufrágio popular, gastaram bilhões de reais de afogadilho, sem qualquer planejamento prévio ou controle imposto pela lei 8.666 que estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, prometendo proteção contra o avanço da pandemia do novo coronavírus. 
 
Portanto, a eleição de outubro ou novembro trará consigo as mesmas tendências que estão surgindo no horizonte das sucessões presidenciais na Polônia e EUA. Entre os brasileiros, o primeiro embate será travado no campo da disputa municipal, com prefeitos mirando o futuro próximo perante a ótica do ponteiro de combustível no limite da reserva e oposicionistas tateando o solo buscando descobrir a direção da caravana do voto. 
 
Como afirmei anteriormente, vivenciamos a lógica da razão comum vibrando em dissonância ao contingente de excepcionalidades. Portanto, a partir de agora, dedicarei meu tempo e energia no auxílio aos postulantes que disputarão os cargos de chefes dos executivos locais, assumindo a missão de diagnosticar, interpretar e definir estratégias capazes de recriar projetos em cadência com os anseios e demandas prementes; construindo teses originais para circunstâncias atípicas; pensamentos e ações para além dos limites da caixa. 
 
Essa eleição detém todos os ingredientes para determinar a envergadura que separa homens de meninos, populistas de estadistas, humanistas de obscurantistas, administradores de ineptos. Assim, em breve nos reencontraremos para dividir crônicas de um mundo em ebulição.
 
Nilton C. Tristão
Cientista Político – Opinião Pesquisa