Guarujá confirma que primeiro paciente infectado com coronavírus está recuperado

O homem, de 38 anos, é profissional de saúde e atua na UTI de um hospital na capital paulista

16 ABR 2020 • POR • 10h35
Alexandre Massara da Costa Moreira, de 38 anos, é profissional da saúde e atua em um hospital na capital paulista - Divulgação / Prefeitura Municipal de Guarujá

Já está recuperado o paciente registrado como o primeiro caso confirmado do novo coronavírus em Guarujá. Morador do Guaiúba, Alexandre Massara da Costa Moreira, de 38 anos, é profissional da saúde e atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital na capital paulista.

A confirmação do caso como Covid-19, chegou no dia 29 de março, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, após resultado emitido pelo Instituto Adolfo Lutz. No momento, Guarujá possui 22 casos confirmados da doença, destes, dois óbitos. Por enquanto, somente o morador do Guaiúba está recuperado. Os outros 20 confirmados, ainda cumprem isolamento domiciliar e seguem monitorados pela Vigilância em Saúde.

Hoje, passado o período de 14 dias em que esteve em isolamento domiciliar, Alexandre já até retornou ao trabalho. Ao apresentar os primeiros sintomas, ele achava não se tratar de nada grave. “Era só dor de cabeça, mal estar e calafrio. Depois, tive febre perto dos 39 graus e fui até à tenda em frente à UPA da Rodoviária, onde fui prontamente atendido”.

Ele conta que permaneceu em isolamento domiciliar conforme recomendado pela Vigilância em Saúde. “Meus amigos faziam as compras no mercado e deixavam na minha porta. Quando percebi, minha família (esposa e filhos) já estava contaminada também. Meus filhos com sintomas leves, mas minha esposa com sintomas mais pesados, como febre, cansaço, dor no corpo, atingindo até o pulmão”.

Mesmo apresentando sintomas leves, o morador do Guaiúba relata que por aproximadamente sete dias não podia fazer muito esforço. “Por trabalhar dentro de uma UTI, achei que iria passar por isso sem sofrer nada. Mas, teve dias em que a dor de cabeça era forte, daquelas de derrubar mesmo”, lembra.

Alexandre destaca ainda o papel de toda equipe da Vigilância em Saúde. “Eles vieram aqui em casa, me ligavam frequentemente para saber como eu estava, assim como toda minha família. Foram bastante atenciosos”.

RECUPERAÇÃO.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da Prefeitura, Marco Antonio Chagas da Conceição, não existe um laudo médico que ateste que esse paciente está “curado”, mas que a Vigilância Municipal segue protocolos internacionais a respeito de como funciona a infecção pela Covid-19.

“Ele não teve mais sintomas da doença, cumpriu a quarentena rigorosamente, não saiu de casa mesmo. Fomos in loco e, a priori, ele está recuperado, tanto que foi admitido em suas atividades no hospital novamente, atuando, inclusive, na linha de frente contra o novo coronavírus”.

Chagas reitera que a partir do momento em que ele teve os primeiros sintomas ou que coletou o exame, precisou ficar 14 dias em isolamento domiciliar, para impedir a cadeia de transmissão.

Ainda segundo o chefe da Vigilância, esse paciente sabe que mesmo pós doença, não pode ir à praia, bares, etc. Ou seja, assim como toda a população em geral, deve evitar aglomerações. “Ele cumpriu seu isolamento domiciliar e agora, como todo o Estado, está em quarentena por tempo indeterminado”.

HISTÓRICO.
O profissional da saúde deu entrada no PAM Rodoviária em 20 de março apresentando sintomas da doença, como febre alta, tosse, dificuldade de respirar, coriza e dores de cabeça e garganta. Diante disso, foi feita a coleta de material biológico (da naso e orofaringe) encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz para realização do exame.

A UPA Rodoviária notificou a Vigilância no dia seguinte à entrada do paciente, em 21 de março. Ele não precisou ser internado, sendo recomendado o isolamento domiciliar. A Vigilância em Saúde monitorou o paciente, que permaneceu em isolamento domiciliar, até o dia 6 de abril. O seu estado de saúde era bom, sem quaisquer complicações.