Mais de 230 mil crianças da Baixada Santista ficarão sem merenda

Com exceção de Guarujá, as prefeituras da Região não estão conseguindo manter o fornecimento de merenda em razão da pandemia do novo coronavírus

23 MAR 2020 • POR • 18h25
Oito prefeituras da Região ainda estão estudando como manter as refeições diárias, a segurança de alunos e preservação de funcionários - Divulgação

Com exceção de Guarujá, as prefeituras da Baixada Santista não estão conseguindo manter o fornecimento de merenda para os alunos da rede pública de ensino durante a paralisação das aulas por conta da pandemia de Coronavírus. São cerca de 234 mil (233,9 mil) crianças sem a principal e, talvez, única refeição do dia. A maioria em situação de vulnerabilidade social e dependente das escola que frequenta para se alimentar.

Algumas prefeituras, porém, estão se esforçando para se adaptar e suprir essa necessidade básica. Também estão montando esquemas para armazenar os alimentos já entregues de forma adequada e preservar funcionários e empresas contratadas.

A Prefeitura de Guarujá informa que mais de 34 mil alunos estão fazendo a refeição nas unidades, respeitando distanciamento mínimo de dois metros e a higiene necessária (lavar as mãos e álcool gel). Funcionários e voluntários estão utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs). A Administração estuda ainda aquisição de kits de merenda.

Santos

A Secretaria de Educação (Seduc) oferece alimentação para cerca de 45 mil alunos, mas, na última quinta-feira, só 207 alunos compareceram em toda a rede. A Prefeitura destaca que acompanha as famílias em situação de vulnerabilidade social da cidade e mantém diversas ações, principalmente neste período.

Parte dos cozinheiros são servidores (estão em quarentena) e a outra parte, de empresa terceirizada, está de licença remunerada. As empresas que fornecem alimentos estocáveis farão a entrega dos produtos e as que fornecem os gêneros perecíveis aguardarão o retorno das atividades.

São Vicente

A Prefeitura de São Vicente, informa que a Cidade fornece alimentação a 44 mil alunos, mas as unidades fechadas e não há fornecimento de merenda, atendendo recomendação do Ministério da Saúde com relação à aglomeração de pessoas. A orientação é que alunos, professores e funcionários que atuam em escolas permaneçam em casa, evitando locais de aglomeração.

Os alimentos perecíveis, que não foram utilizados foram encaminhados ao Fundo Social de Solidariedade e serão destinados a entidades que atendem famílias em situação de vulnerabilidade. Já os alimentos não perecíveis, que estão dentro do prazo de validade, foram encaminhados ao depósito da Alimentação Escolar e serão redistribuídos quando houver o retorno das aulas.

Bertioga

Em Bertioga, 10,5 mil refeições por dia deixaram de ser fornecidas. A Prefeitura estuda aspectos legais para montar um kit de alimentos que um dos familiares possa buscar na escola a cada 15 ou 20 dias e que atenda a necessidade das crianças e da família. "Iremos estabelecer uma logística que distribua o número de pessoas por período e por dia para evitar aglomerações e proteger os funcionários que manterão distância dos beneficiados", aponta nota oficial.

Cubatão

Cubatão possui cerca de 16 mil alunos e, atualmente, os funcionários não estão preparando a merenda porque foram dispensados por conta da suspensão das aulas. No entanto, a Secretaria de Assistência Social dará o devido amparo e suporte para as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Alternativas e possibilidades legais estão sendo estudadas e analisadas para não prejudicar os fornecedores da alimentação escolar. As entregas de perecíveis são feitas semanalmente. Houve o cancelamento das entregas de pães e hortifrutigranjeiros ficando armazenados apenas os itens com validade maior e que poderão ser preparados quando as aulas retornarem.

Praia Grande

A cidade oferece refeição para cerca de 72 mil alunos. A administração está tomando providências, com as devidas cautelas legais, para que as crianças em situação de vulnerabilidade sejam atendidas adequadamente.

Segundo a Prefeitura, os servidores das cozinhas das unidades escolares estão cumprindo escala de revezamento e foram orientados a realizarem o branqueamento dos gêneros perecíveis, com a finalidade de armazenar sob congelamento e possibilitar seu uso posteriormente. Os gêneros estocáveis terão suas validades controladas.

Litoral Sul

Mongaguá oferece 12.794 refeições. A Administração elabora um plano para reativar a alimentação e as aulas de uma forma que preserve a segurança. Mongaguá não possui empresas fornecedoras de merenda. A alimentação das unidades escolares são realizadas por profissionais da própria Administração.

Itanhaém oferece merenda para 18.637 alunos, mas com a determinação da suspensão das aulas, os pedidos semanais de alimentos perecíveis também foram paralisados. "Ao mesmo tempo, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social está elaborando estratégias para dar apoio às famílias mais carentes", finaliza nota.

Em Peruíbe, 15 mil alunos estão sem merenda. "O contrato prevê o pagamento para a empresa somente mediante o serviço. Outra razão é a preservação de funcionários e alunos", encerra nota da Prefeitura. (Carlos Ratton)