Áudio denuncia falta de insumos de proteção aos profissionais de Saúde da Baixada

Reportagem recebeu um áudio da secretária de Saúde de Peruíbe, Mariana Trazzi, se mostrando bastante preocupada com a questão. A Prefeitura confirmou a autenticidade do áudio

19 MAR 2020 • POR • 16h36
Profissionais da saúde estariam sem receber equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Estado e municípios estão resolvendo - Reprodução

Em meio a tantas incertezas por conta da pandemia de Coronavírus instalada no Brasil e no Mundo, uma situação também merece preocupação: a falta de insumos básicos e equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a proteção dos funcionários da saúde que atendem nos equipamentos públicos da Baixada Santista. Ontem, a Reportagem recebeu um áudio da secretária de Saúde de Peruíbe, Mariana Trazzi, se mostrando bastante preocupada com a questão. A Prefeitura confirmou a autenticidade do áudio. 

“Esta história de máscara está dando muito o que falar. Tive uma reunião com todos os secretários, prefeitos da região e um médico infectologista renomado para dar suporte técnico. A Secretaria de Estado (Saúde) está preocupada e tentando resolver a questão da falta de máscaras. Não sei se terá uma ação de confisco. Já mandamos uma lista de insumos necessários para passarmos por esse crise. Se liberarmos máscaras de três e três horas como recomendado, vamos ficar sem. Vamos reter máscaras e não haverá uso até segunda ordem. Não podemos liberar pois seria um ato irresponsável e todos os secretários da região seguem a mesma conduta”, revelou secretária em áudio.

A Reportagem obteve também a informação, de outra fonte ligada à área da Saúde de Santos que, além de máscaras, faltam itens como álcool em gel, óculos de proteção e luvas para todos os servidores de unidades de Pronto Atendimento (UPAS), unidades de Saúde da Família (Usafas) e prontos-socorros em geral e até para funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 

PREFEITURA

Procurada pela Reportagem, a Secretaria de Saúde de Peruíbe esclarece que a secretária não gravou o áudio com o objetivo de expor preocupação sobre a quantidade de insumos para assistir os profissionais de saúde ou para os futuros pacientes com o Coronavírus. “O município tem 588 funcionários no setor e possui a quantidade necessária de EPIs para atender os profissionais que necessitarem, por estar em contato com pacientes com suspeita ou diagnóstico de Coronavírus”, conclui, enfatizando que fluxos de atendimentos estão sendo planejados para melhor assistir a equipe de saúde e também a população.

ESTADO

A Assessoria de Imprensa do Governo do Estado informou, por telefone, que a questão do abastecimento de insumos e EPIs já está sendo discutida com todos os municípios, que estão encaminhando suas necessidades. Também que aguarda verba federal para aumentar o volume de insumos de segurança e EPIs.

SINDICATOS

Questionada sobre a importância dos EPIs aos profissionais, a Presidência do Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande (Sindimed) não quis se manifestar porque os municípios de Peruíbe, Mongaguá e Itanhaém não estão sob sua jurisprudência.

A Reportagem também procurou o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e dos Enfermeiros, mas os dois órgãos também não se manifestaram até às 15 horas, limite para fechamento da reportagem.