Adolescente que matou professor de kung fu diz sentir 'grande vontade' de agredir as pessoas

Ele foi detido nesta quarta-feira (18) pela Polícia Civil e confessou o crime, que ocorreu em Peruíbe, com detalhes; um segundo suspeito é soldado do Exército

19 MAR 2020 • POR • 14h11
Hércules Amoroso, de 31 anos, o professor de kung fu assassinado na praia - Reprodução

O estudante de 17 anos que confessou ter matado o professor de Kung Fu Hércules Amoroso, de 31 anos, em Peruíbe, disse à Polícia Civil que não se arrepende pelo assassinato, mas sim de ter deixado rastros e de ter sido capturado. Detido nesta quarta-feira (18) pela Polícia Civil, o adolescente, que afirma praticar artes marciais diversas, diz que sente "grande vontade" de agredir as pessoas em geral. 

Ele relata que decidiu matar Hércules por ser um "bêbado que irritava os outros". Segundo a polícia, a vítima era, de fato, alcoólatra. 

O rapaz admitiu aos policiais da Delegacia de Peruíbe que agiu em conjunto com um colega de 19 anos, que é soldado do Exército e deverá ser interrogado em breve. Este adulto já está detido em um quartel e aparece em imagens de monitoramento utilizadas no esclarecimento do crime.  A investigação é feita sob o comando do delegado Marcos Roberto da Silva, titular do Município, e do investigador-chefe, Adalberto Ribeiro. 


Hércules consumia, em 24 de fevereiro, bebida alcóolica com o adolescente e o adulto, segundo a polícia, em um local conhecido como Ponto I, na região central. Hércules e o adolescente já chegaram a treinar artes marciais juntos, diz a polícia. 

Os três, em dado momento, seguiram pela praia em direção ao Aquário Municipal, momento em que, conforme narra o adolescente, ele decidiu "dar um fim" em Hércules. 

O autor confesso diz que chegou a duelar com Hércules, que aplicou um mata leão e o matou com golpes de canivete na cabeça, no pescoço e nos braços. Por estar embrigado, o lutador de kung fu teve dificuldades de se defender, conforme o adolescente. 

Mesmo gravemente ferido, Hércules ainda conseguia pedir socorro, mas foi jogado no mar, sendo afogado, diz o adolescente. O comparsa, diz ele, afirmava "vai, vai" e o apressava a finalizar o crime. Consumado o homicídio, ambos voltaram ao Ponto I para consumir mais bebidas alcoólicas, disse o adolescente no depoimento. 


Boné camuflado

Durante as investigações, os policiais civis Anderson Lomenzo, Adriana Lacerda e Vinicius Pane analisaram minuciosamente as imagens gravadas pelas câmeras da Prefeitura e constataram que o adolescente usava um boné camuflado, o mesmo em que veste na foto de perfil de seu Facebook, sendo ainda "amigo" da vítima fatal. 

Na casa do adolescente, em Peruíbe, os policiais apreenderam o boné camuflado, as roupas que ele utilizava na data do crime, diversos canivetes e até um desenho de Hércules. O detido diz que já tinha o desenho e que depois do crime reproduziu no desenho as perfurações. O canivete usado no crime ele diz que dispensou e não estava entre os apreendidos. 

O menor continuará internado devido à gravidade do ato infracional, segundo a polícia.