Resgate de animais silvestres e marinhos em São Vicente aumenta mais de 900% em um ano

Levantamento é da Guarda Civil Ambiental e tem como base anos de 2018 e 2019

17 FEV 2020 • POR • 13h11
Todos os animais silvestres ou marinhos resgatados ou apreendidos passam por avaliação clínica, tratamento e reabilitação - Antonio Ferreira / Prefeitura Municipal de São Vicente

O resgate de animais silvestres e marinhos aumentou mais de 900% em São Vicente. Os dados divulgados pela Guarda Civil Ambiental Municipal (GCM) revelam que em 2018 foram realizados 22 resgates e em 2019, 209.

Entre as diversas espécies resgatadas estão jacaré do papo amarelo, macaco prego, ouriço-cacheiro, tamanduá mirim, jabuti piranga, bicho preguiça, coruja, falcão e até um golfinho, encontrado morto na praia do Gonzaguinha. Os agentes da GCM também efetuaram a retirada de colmeias de abelha neste período.

Todos os animais silvestres ou marinhos resgatados ou apreendidos passam por avaliação clínica, tratamento e reabilitação. Após esse período, eles são devolvidos à natureza. Algumas espécies, que não pertencem à fauna da região, aguardam em instituições até a destinação para o local de origem.

FATORES.
Segundo a GCM Ambiental, o aumento do aparecimento desses animais nos imóveis está relacionado à expansão urbana de áreas regulares e irregulares. Com a ausência do hábitat natural, eles buscam abrigo e comida em outras regiões. Outro fator é a capacitação dos agentes neste tipo de resgate. A corporação vicentina é referência na Baixada Santista.

Outra justificativa para o aumento está relacionada ao tráfico de animais, que acabam escapando do cativeiro ou apreendidos em fiscalizações ou denúncias. A posse de animal silvestre sem as devidas licenças é considerada crime ambiental.

Com relação aos animais marinhos, o crescimento neste tipo de resgate tem como uma das hipóteses o lixo jogado no mar e mangues, além da pesca irregular. As tartarugas, por exemplo, acabam comendo sacos plásticos, atropeladas por embarcações ou presas em redes em áreas de preservação ou locais irregulares.

Os animais silvestres ou marinhos, resgatados ou apreendidos pela GCM Ambiental, são encaminhados às seguintes instituições parceiras:

- Instituto Gremar(Guarujá). Animais marinhos, como tartarugas, biguás e savacus.

- Aiuká Consultoria e Soluções Ambientais (Praia Grande). Animais marinhos e algumas espécies silvestres, como falcões, gaviões e corujas.

- Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens (Ceptas Cubatão). Recebe animais silvestres.

- Parque Zoobotânico Orquidário de Santos. Aves e pássaros, como bem-te-vi, sabiá e rolinha caldo-de-feijão.

- Parque Ecológico Voturuá em São Vicente. Apenas bicho-preguiça.

- Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas Barueri).

- Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), no Parque Ecológica Tietê, em São Paulo.

- Instituto Butantã (São Paulo)

- Instituto Animália (São Sebastião)

Em caso de resgate ou denúncia, munícipes podem ligar para a Secretaria do Meio Ambiente e Defesa Animal (Semam), pelo telefone (13) 3569-2274, ou para a Guarda Civil Municipal (GCM), por meio do número 153.