Mulher de autor de chacina em SV está consciente e orientada na UTI

Polícia Civil espera liberação médica para colher o depoimento, que poderá ser decisivo para esclarecimento da motivação

10 DEZ 2019 • POR • 15h06
Chacina terminou com cinco mortes em São Vicente e foi a maior do ano na Baixada - Nair Bueno/DL

Baleada na cabeça e no braço direito, a mulher do autor da chacina que chocou a Baixada Santista na semana passada segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de São Vicente e está “consciente e orientada”, em quadro estável.

De acordo com a Prefeitura de São Vicente, a paciente passou por um procedimento cirúrgico neurológico na quinta-feira (5), data do crime, e não houve “nenhuma intercorrência”.

A equipe da Delegacia Sede de São Vicente, onde tramita o inquérito que apura o caso, aguarda a liberação médica da sobrevivente, de 40 anos, para colher o depoimento dela, que poderá ser decisivo para o esclarecimento da motivação da chacina, a maior do ano na Baixada.

Conforme apurou o Diário do Litoral, nenhuma possibilidade é descartada pelos policiais.

Na data do crime, uma das linhas preliminares de investigação, levantada pelo 3º DP (Jardim Rio Branco), apontou que o autor da chacina, o desempregado Alex Sander Correia, de 48 anos, teria cometido o crime após o resultado de um exame de DNA relacionado a um menino de oito anos, filho de Margarete Neto Pinheiro de Jesus, de 41 anos, com quem ele já teve um relacionamento extraconjugal. Ela foi morta em casa, no Jóquei Clube. Quatro familiares dela também foram executados a tiros.

Uma notificação judicial, conforme a linha preliminar de apuração, teria sido o estopim para que a mulher de Alex Sander quisesse romper definitivamente a relação.

Os ataques

Com um revólver de calibre 38, ele atirou, pouco depois das 5h de quinta, na cabeça e no braço direito da companheira, na residência do casal, na Avenida Walter Melarato, no Humaitá.

Após o primeiro ataque, Alex Sander seguiu de moto para a casa de Margarete Rua Gabriel Passos, 35, no Jóquei Clube, onde mora Margarete. Além de matá-la, ele ainda executou Maísa das Graças Pinheiro Silva, de 39 anos (irmã de Margarete), Larissa Pinheiro do Monte, de 19 (filha de Maísa), Daulira das Graças Neto Neves, de 66 anos e Carlos Alberto Neves, de 57, que são pais de Margarete e Maísa.

O atirador recarregou a arma durante a chacina, o que evidencia, segundo policiais, que ele premeditou o delito.

Após a chacina, Alex Sander retornou de moto para sua casa no Humaitá. Ao perceber a presença de policiais militares, o homem jogou sua carteira no chão e disse: “entrega isso para a minha filha”. Na sequência, ele se matou.