Governo pede liberação parcial da Ponte dos Barreiros

O Governo do Estado e a Prefeitura de São Vicente devem realizar o pedido hoje à Justiça

6 DEZ 2019 • POR • 07h55
Governo tenta solucionar transtornos causados pela Ponte dos Barreiros, em São Vicente - Luiza de Oliveira / Diário do Litoral

O Governo do Estado e a Prefeitura de São Vicente devem solicitar hoje à Justiça a liberação parcial da Ponte dos Barreiros. Na manhã de ontem, o secretário de Estado de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, realizou uma visita técnica no local. O prefeito Pedro Gouvêa e deputados da Região também estiveram presentes.

Se a liberação for autorizada pelo juiz, o tráfego na Ponte dos Barreiros deve voltar no esquema 'Siga e Pare'. Paralelamente, serão realizadas obras de mitigação emergenciais.

"Uma coisa é certa, não vai ter operação plena", afirmou o secretário. "O relatório aponta pontos críticos, creio que o que estava faltando era uma decisão de fazer essas obras de mitigação emergenciais imediatas nesses pontos, paralelamente à liberação parcial que será proposta".

De acordo com Machado Neto, o lado próximo a estrutura ferroviária está mais estável. Dessa forma, a liberação aconteceria apenas nesta faixa. 

Ainda segundo o secretário, o próximo passo é a recuperação total da Ponte. "Hoje, queremos uma medida que garanta a volta principalmente para o transporte de passageiros. Ninguém quer que as pessoas façam essa caminhada diária, é um sofrimento que a gente tem que eliminar, mas precisamos fazer isso com cuidado, porque pior do que isso é um acidente que possa comprometer a vida das pessoas".

Machado Neto declarou ainda que a responsabilidade sobre a Ponte dos Barreiros é do Estado, "mas Prefeitura e Governo tem que trabalhar juntos. Agora me importa resolver o problema das pessoas. Depois, vamos sentar e ver daqui para frente quem vai cuidar da ponte".

O prefeito garantiu que não há risco, em virtude do que foi mensurado no teste de cargas. "A capacidade da ponte permite a gente ter a ocupação desse trânsito".

Enquanto realizavam a vistoria, uma moradora da Área Continental que atravessa a pé a Ponte dos Barreiros sugeriu como solução que barcas realizem a travessia. "Já que tem que reformar a ponte, tem que ter uma alternativa", disse Zilda Maria dos Santos. A auxiliar de enfermagem trabalha na UPA Enseada no Guarujá e cobrou das autoridades alternativas.

No entanto, Machado Neto descartou a possibilidade de uma travessia marítima. "Fazer um ancoradouro para as lanches não seria de fácil solução, mas com a abertura parcial acho que isso está superado".

ORÇAMENTO.
De acordo com o deputado estadual Caio França, as emendas impositivas devem ser votadas hoje e o orçamento até o dia 20 de dezembro.

"Primeiro queremos retomar pelo menos a atividade parcial da ponte. Para isso, estamos dispondo das emendas individuais parlamentares, que tenho até sexta-feira (hoje) para apresentar", afirmou o deputado.

A solução definitiva, no entanto, depende uma grande obra. "A gente defende que tenha a reforma geral da ponte, que vai ficar na casa de R$ 40 milhões", completou.

INTERDIÇÃO.
A Ponte dos Barreiros foi interditada para o tráfego no sábado passado (30) devido ao risco de desabamento apontado pelo laudo emitido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Até o momento, podem passar apenas bicicletas e pedestres.

Para garantir uma alternativa ao translado de passageiros entre a a Área Continental e a Área Insular, a Otrantur Transportes e Turismo, empresa responsável pelo transporte público municipal, implantou duas linhas especiais temporárias. A medida, que visa diminuir os impactos causados com a interdição da ponte e que atende a solicitações feitas por moradores, permite que o passageiro desça na cabeceira da ponte, atravesse a pé e embarque em outro ônibus.

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) também deu início a um plano emergencial para atender os moradores da Área Continental, criando três novas linhas com partidas dos bairros Humaitá, Parque Continental e Gleba II, para levar os passageiros até a cabeceira da ponte. Os usuários recebem uma senha para embarcar, no outro lado da ponte, sem pagar outra tarifa.