Baixada Santista vai monitorar riscos de manchas de óleo em praias

O secretário de Meio Ambiente de Santos alertou para o risco do material chegar nas praias do litoral de São Paulo

30 OUT 2019 • POR • 07h30
De acordo com o último balanço divulgado, são 238 localidades afetadas em 88 municípios de nove estados brasileiros - Divulgação

Um observatório costeiro irá atuar no monitoramento e prevenção ambiental na Baixada Santista, após um vazamento de óleo atingir praias no Nordeste. Reunião entre os secretários de Meio Ambiente das nove cidades da região com representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Marinha, em Santos, foi realizada para que a decisão fosse tomada nesta terça-feira (29).

O secretário de Santos, Marcos Libório, afirmou que ainda não é possível saber a origem e o volume do produto vazado, mas alertou para o risco do material chegar nas praias do litoral de São Paulo. Segundo ele, existem alguns "checkpoints", onde será possível acompanhar o comportamento da mancha de óleo e que, uma possível chegada da mancha ao Rio de Janeiro, pode dar uma visão de prazo e consequência para a Região.

O secretário de Meio Ambiente de Santos comentou também sobre a proteção aos mangues da Baixada Santista. Segundo ele, as barreiras podem ser utilizadas para auxiliar na preservação, diferentemente do que ocorre em regiões de praia.

"INÉDITO".

O desastre ambiental que atinge as praias do Nordeste - com a chegada de manchas de óleo à região - é um caso inédito no mundo e ainda não é possível prever o seu fim.

A avaliação é da coordenadora de Emergências Ambientais do Ibama (Instituto Natural do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), Fernanda Pirillo, responsável pelas operações de limpeza dos locais atingidos.

Diante de críticas sobre a demora na resposta do governo ao aparecimento das manchas, ela defende que o Ibama vem trabalhando nas praias desde os primeiros registros e hoje conta com 130 agentes da área ambiental do instituto nas frentes de trabalho.

De acordo com a coordenadora de Emergências Ambientais do Ibama, a união de três fatores fazem deste desastre um episódio único: o desconhecimento do responsável pela poluição, a extensão do impacto e a recorrência na chegada do óleo, o que leva a crer que se trata de um vazamento intermitente.

Os primeiros registros de óleo foram confirmados pelo Ibama na Paraíba, no dia 30 de agosto. Dois dias depois, houve registros também em praias de Pernambuco e Sergipe. Desde então, seis outros estados do Nordeste foram afetados, do Maranhão à Bahia.

A extensão do impacto no Brasil já supera 2.000 quilômetros. (FP)