Polícia Civil perdeu imagens que identificariam os assassinos de Marielle Franco

Segundo o UOL, as imagens poderiam identificar com maior clareza quem eram os ocupantes do veículo que disparou os tiros.

13 OUT 2019 • POR • 13h02
A vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em 2018. - Divulgação/Câmara dos Vereadores do RJ

*Com informações do UOL/Flávio Costa e Marina Lang

Policiais da DH da Capital (Delegacia de Homicídios do Rio) perderam imagens consideradas "relevantes" sobre os assassinos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. Nelas era possível observar, com maior clareza, quem eram os ocupantes do Cobalt prata com placa clonada, veículo que disparou os tiros e cometeu o duplo homicídio.

Uma denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) - que foi aceita pela justiça - aponta que o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz estavam dentro do Cobalt que emparelhou com o carro da vereadora e efetuou os disparos. A defesa, porém, nega que eles tenham cometido o crime. E as imagens que poderiam identificar com maior clareza quem eram os ocupantes do veículo de placa clonada foram perdidas pela Polícia Civil.

A primeira imagem obtida do Cobalt foi por volta das 17h34. no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca. As 18h16 o mesmo veículo é visto nas câmeras de segurança de um estabelecimento comercial na Tijuca, bairro onde Marielle residia. Já as 18h44 o Cobalt estava na mesma rua onde a vereadora participaria de um evento antes de ser assassinada.

Segundo o UOL, agentes da DH da Capital obtiveram "imagens relevantes" nesse intervalo de 28 minutos. Imagens essas que poderiam identificar quem eram os ocupantes do veículo que efetou os disparos contra o carro da vereadora. Os policiais pegaram essas imagens em um estabelecimento comercial e salvaram em um pendrive. Porém, 15 dias depois, eles alegaram terem perdido o dispositivo. E o estabelecimento não conseguiu recuperá-las nas gravações originais.

Procurada pelo UOL, a Polícia Civil do RJ respondeu que o caso segue sob "sigilo".