Mais de 38 mil alunos estão atrasados na Baixada Santista

São Vicente é a cidade com maior taxa de distorção.

8 SET 2019 • POR • 07h03
Os dados fazem parte de estudo disponibilizado pela Unicef. - RODRIGO MONTALDI/ARQUIVO DIARIO DO LITORAL

Em um ano, pouca coisa mudou no panorama de atraso escolar da Baixada Santista. Em 2017, 40.100 estudantes das redes municipal e estadual de ensino tinham dois ou mais anos de atraso escolar. No ano passado, esse número caiu para 38.595. Os dados fazem parte do estudo 'Panorama da distorção de idade-série no Brasil', do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

As informações, disponibilizadas por município na plataforma 'Trajetórias de Sucesso Escolar', trazem um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação básica, levando em conta o Censo Escolar do INEP/MEC.

São Vicente é a cidade da Baixada com maior taxa de distorção idade-série: 21,2% estudantes estão em atraso escolar. O panorama da região segue com Praia Grande (17,1%), Cubatão (15,9%), Santos (14,4%), Peruíbe (13,9%), Bertioga (13,4%), Mongaguá (13,2%), Guarujá (13,2%) e Itanhaém (13%).

No Brasil, cada criança deve ingressar no 1º ano do Ensino Fundamental aos 6 anos e concluir o 9º ano aos 14. No Ensino Médio, o ingresso deve acontecer aos 15 anos e a conclusão aos 17.

A estratégia é uma iniciativa do Unicef para enfrentar a cultura de fracasso escolar que leva a essas múltiplas reprovações e, muitas vezes, à exclusão escolar.

No País, há mais de 28 milhões de estudantes matriculados nos ensinos fundamental e médio. Desses, mais de 6 milhões vão à escola, mas possuem dois ou mais anos de atraso escolar.

REDE ESTADUAL

Em todas as nove cidades, a taxa de distorção idade-série é maior na rede estadual de ensino.

No município de São Vicente, das 18.249 crianças e adolescentes matriculadas nas escolas estaduais, 4.432 (24,3%) estão atrasadas.

Praia Grande tem 16.371 estudantes, sendo 3.504 (21,4%) em atraso.

A terceira cidade com maior taxa de distorção é Mongaguá. Dos 2.585 estudantes, 552 (21,3%) estão em atraso.

A rede estadual de Cubatão soma 7.979 alunos, com 1.563 (19,6%) em atraso.

Dezessete mil quinhentos e setenta e três crianças e adolescentes estudam nas escolas estaduais de Santos. Destes, 3.448 (19,6%) estão atrasados.

Bertioga tem uma taxa de distorção de 18,9%. São 1.096 alunos em atraso, de um total de 5.788 estudantes.

Em Peruíbe, 1.124 estudantes apresentam atraso escolar, representando 17,6% do total de 6.400 alunos.

Cinco mil oitocentas e sessenta e duas crianças e adolescentes estão matriculadas na rede estadual de Itanhaém, das quais 17,1% (1.003) apresentam distorção idade-série.

Já na cidade de Guarujá, 3.918 (15,3%), dos 25.530 estudantes estão em atraso escolar.

REDE MUNICIPAL

A rede municipal de São Vicente tem 26.155 estudantes e 4.989 (19,1%) em distorção idade-série.

Dos 31.575 alunos matriculados nas escolas municipais de Praia Grande, 4.709 (14,9%) estão atrasados.

Cubatão é a terceira cidade com maior taxa de atraso na rede municipal. São 9.926 estudantes e 1.281 (12,9%) em atraso.

Onze por cento dos alunos de Itanhaém apresentam distorção idade-série. Isso significa que, dos 12.492 alunos, 1.375 não estão na série que deveriam.

Em Mongaguá, 10,5% - 812 dos 7.748 estudantes - estão atrasados.

Na cidade de Guarujá, 20.171 crianças e adolescentes estão matriculadas na rede municipal. Destas, 2.105 (10,4%) estão em distorção idade-série.

Santos tem 19.369 alunos em suas escolas municipais, sendo 1.281 (9,6%) em atraso.

Dos 5.254 estudantes de Peruíbe, 493 (9,4%) estão atrasados.

Bertioga é a cidade com menor taxa de distorção idade-série na rede municipal: 6,8%. São 4.790 crianças e adolescentes e 324 em atraso.