PM mata sequestrador de ônibus na ponte Rio-Niterói

20 AGO 2019 • POR • 10h25
No total, foram 20 reféns e 11 foram liberados sem ferimentos graves - Reprodução/Twitter

O homem armado que sequestrou um ônibus com passageiros na ponte Rio-Niterói, na manhã desta terça-feira (20), foi morto por tiros disparados por um atirador de elite da Polícia Militar.

O porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, confirmou o óbito e disse que a arma usada pelo sequestrador era de brinquedo. O criminoso, ainda não identificado, foi atingido no momento em que saiu do veículo apontando uma arma para um refém. Ao ser baleado, caiu do ônibus e morreu.

O atirador, que estava em cima de um caminhão, fez um sinal de positivo, e os policiais comemoraram. Nenhum dos reféns foi baleado.

A polícia disse não saber as motivações que levaram o suspeito a sequestrar o ônibus.

O criminoso estava armado com uma pistola falsa, uma faca, um taser (eletrochoque) e também ameaçou atear fogo no veículo com um galão de gasolina durante as 3h30 em que manteve os passageiros como reféns. Ele chegou a jogar um coquetel molotov na direção dos policiais.

Ao longo da negociação encabeçada por policiais rodoviários e do Batalhão de Choque, o suspeito libertou seis reféns: quatro homens e duas mulheres. Ao ser resgatada, uma das vítimas desmaiou no asfalto.

Segundo a polícia, apesar do choque emocional, todos os passageiros libertados passam bem. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos 31 pessoas (incluindo o motorista) estavam dentro do ônibus antes de o sequestrador ser morto.

O governador Wilson Witzel (PSC), que defende que snipers matem quem estiver de fuzil, foi até a ponte Rio-Niterói após o desfecho do caso. Mais cedo, pelo Twitter, disse que acompanhava o caso com atenção. "Estou em contato direto com o comando da Polícia Militar, que trabalha para encerrar o caso da melhor maneira possível. A prioridade absoluta é a proteção dos reféns."

ENTENDA
O sequestro começou por volta das 5h30 desta terça. Armado, o homem ordenou que o motorista da Viação Galo Branco estacionasse o veículo atravessado na ponte.

O ônibus faz parte da linha 2520, que sai do Jardim Alcântara, em São Gonçalo, em direção ao Estácio, na região Central do Rio.

Mauro Fliess, porta-voz da PM, disse que há indícios de que a ação foi premeditada. "Ele porta instrumento para fazer coquetel molotov e imobilizar as vítimas. Estamos trabalhando para termos um final satisfatório", afirmou.

Um grande congestionamento se formou no acesso da via. No Twitter, a Ecoponte, concessionária da ponte Rio-Niterói, recomenda o uso de barcas para fazer a travessia no sentido Rio. Não há alternativa viária para fazer o trajeto.

TRAGÉDIA DO ÔNIBUS 174
Outro sequestro de ônibus no Rio gerou grande repercussão. Foi o assalto com reféns do ônibus 174, na tarde de 12 de junho de 2000.

Um assaltante e uma refém acabaram baleados e mortos, em caso exibido ao vivo na televisão.

Às 14h daquela segunda-feira, Sandro Barbosa do Nascimento tentou assaltar um ônibus da hoje extinta linha 174 no Jardim Botânico, na zona sul da cidade. Ele manteve os passageiros reféns por mais de cinco horas.

Ele aceitou se render quando já era noite, após muitos sinais de nervosismo e violência. Sandro saiu do ônibus com uma arma apontada para Geísa Firmo Gonçalves.

A ação de policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) terminou com a refém baleada e morta. O assaltante chegou a ser colocado no camburão, onde foi asfixiado por PMs e também morreu.

Em 2011, outro sequestro na avenida Presidente Vargas, centro do Rio, terminou com quatro pessoas ficaram feridas, dentre elas um policial. Dois suspeitos foram presos, três armas e uma granada foram apreendidas.

Outros 11 passageiros foram libertados sem ferimentos graves. No total, foram 20 reféns e no momento da abordagem dos PMs, um dos criminosos dirigia o veículo.