Operação da PF cumpre mandado em Praia Grande

Segundo as autoridades, a ‘Operação Cravada’ teve como objetivo desarticular o núcleo financeiro do PCC

6 AGO 2019 • POR • 11h09
Operação Cravada realizou ação em Praia Grande - Reprodução/YouTube

O município de Praia Grande foi um dos alvos da Operação Cravada, que foi organizada e realizada pela Polícia Federal logo nas primeiras horas desta terça-feira (6). De acordo com a PF, a ação tinha como objetivo desarticular o núcleo financeiro de uma facção criminosa responsável pelo gerenciamento de valores que financiaria crimes em ao menos sete Estados.

Ao todo, aproximadamente 180 agentes da PF participaram da operação que contou com apoio do Ministério Público do Estado do Paraná, GAECO/SP, Departamento Penitenciário Federal, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Segundo as autoridades, 55 mandados de busca e apreensão, além de 30 mandados de prisão foram expedidos nos Estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Minas Gerais e Pernambuco. 

A investigação foi iniciada no mês de fevereiro após as autoridades terem recebido informações sobre a existência do núcleo financeiro. Inicialmente, as atividades do grupo, que faz parte do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram detectadas na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná.

A partir desta informação, os policiais iniciaram uma apuração que levou à descoberta de outras pessoas ligadas ao núcleo e que atuam em outros Estados. O grupo é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a facção criminosa em âmbito nacional. Os pagamentos, que são conhecidos por eles como ‘rifas’, eram repassados ao PCC por meio de contas bancárias de maneira intercalada, com uso de medidas para dificultar o rastreamento.

A investigação da Polícia Federal indica a circulação de aproximadamente R$ 1 milhão por mês nas diversas contas utilizadas pelos criminosos. As autoridades identificaram e bloquearam mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o Brasil. Os valores que transitavam entre as contas bloqueadas eram utilizados para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção. O dinheiro também  era utilizado para providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros do PCC em locais próximos a presídios e penitenciárias.

Os investigados devem responder, na medida das participações verificadas, pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, entre outros delitos. Ainda durante a manhã desta terça-feira, uma coletiva de imprensa foi concedida no auditório da Superintendência Regional de Polícia Federal no Paraná.

O Diário do Litoral entrou em contato com a Polícia Federal para apurar mais detalhes sobre o mandado que foi cumprido em Praia Grande, mas não obteve detalhes sobre a natureza da ação ou se alguma pessoa foi presa durante a operação realizada no litoral paulista.