Após cinco anos, Museu Pelé alcança apenas 4,5% da expectativa de visitação

Sem parte da coleção particular do Rei do futebol, equipamento apresenta problemas estruturais.

22 JUL 2019 • POR • 07h03
A Prefeitura diz que um laudo técnico afirma que não existe comprometimento das estruturas . - RAFAELLA MARTINEZ/DIÁRIO DO LITORAL

O cenário do Centro de Santos era inversamente proporcional ao que acontecia no interior do Casarão que abriga o Museu Pelé no aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, comemorado no último dia 9. Enquanto o Valongo era tomado por um multidão que acompanhava as ações do 5º Festival Santos Café, apenas dezessete pessoas circulavam pelos corredores do espaço destinado ao Rei do Futebol. Após cinco anos, o Museu Pelé alcançou apenas 4,5% da ousada expectativa de visitação anual: da sonhada cifra de mais de 1 milhão de pessoas, entre turistas nacionais e estrangeiros, o equipamento fechou 2018 com apenas 45.524 visitas. Nos primeiros 6 meses deste ano, foram 19.454 visitações.

E os problemas que envolvem o equipamento não se restringem apenas ao baixo número de pessoas que circulam pelos corredores. Após a retirada parcial de parte do acervo, o quarto piso do equipamento está abandonado. Das 2.545 peças que estavam no Museu na abertura, hoje existem apenas 200 em exposição. No total, 730 estão catalogadas.

REFORMAS

Alvo de constantes reformas e manutenções - a mais recente delas é a substituição da vedação entre as placas da cobertura de vidro - há pontos de infiltrações e mofo em diversos espaços. Além disso, rachaduras são visíveis nas colunas traseiras de sustentação do terceiro e do quarto piso.

Questionada, a Prefeitura diz que um laudo técnico do engenheiro que elaborou o projeto da reforma afirma que não existe comprometimento das estruturas e sim uma movimentação da estrutura nova com relação a fachada original sem risco a segurança. Já a manutenção dos buracos no forro de gesso está sob responsabilidade da empresa contratada, em fase de revisão dos serviços realizados na calha e impermeabilizada do beiral da fachada.

A prefeitura afirma ainda que visando proteger o patrimônio histórico, a fachada do edifício receberá nova pintura. Os serviços incluem a pintura das esquadrias de madeira e dos gradis de ferro. O processo está nos trâmites burocráticos finais da licitação. A estimativa é de que os serviços comecem em até pouco mais de um mês.

No início deste ano foi veiculada a informação de o Santos FC tinha interesse em administrar o equipamento. Em nota, o clube destacou que "o assunto está em estudo de viabilidade".

HISTÓRICO

Para ser construído, o museu recebeu aproximadamente R$ 50 milhões de verba dos governos federal, estadual e municipal em conjunto com alguns patrocinadores angariados pela Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Ama Brasil, primeira gestora do equipamento.