Operação nos diques Piçarro e Caixetas, em São Vicente, detém nove pessoas

Entre os detidos está um suspeito de atirar em um PM em janeiro; naquela região policiais já foram recebidos a tiros diversas vezes

4 JUN 2019 • POR • 19h16
Duzentos policiais, entre militares e civis, foram mobilizados para a operação desta terça-feira - Reprodução

Uma operação conjunta entre a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Ministério Público Estadual (MPE) nos diques Piçarro e Caixetas, locais onde frequentemente agentes de segurança são recebidos a tiros, deteve nove pessoas nesta terça-feira (4). No início da operação, por volta das 7h20, ao menos um disparo chegou a ser efetuado contra PMs do Comandos e Operações Especiais (COE) durante incursão. Ninguém se feriu e logo depois um dos criminosos foi preso em flagrante por tráfico enquanto tentava escapar. 

Entre as nove capturas realizadas ao longo da operação, que transcorreu até por volta das 13h, está a de um homem de 35 anos suspeito de atirar no braço de um policial militar do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) em 24 de janeiro deste ano, durante uma operação. O PM sobreviveu. 

Os resultados da operação, denominada “Adsumus”, que deriva do latim e significa “estar presente”, foram apresentados na tarde desta terça pelo delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), pelo comandante do COE, major Gentil Epaminondas de Carvalho Júnior e pelo promotor de Justiça Fernando Reverendo Vidal Akaoui, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Lara, Epaminondas e Akaoui frisaram que as polícias de São Paulo entram em qualquer território, mesmo com possibilidade de atentados de criminosos. 

O delegado titular da DIG destacou que houve apreensões de drogas (maconha, cocaína e crack), além de rádios comunicadores. Das nove pessoas detidas, três eram procuradas pela Justiça. 

"É uma área que hoje ganha contornos de confronto com o Estado. O Estado, na pessoa das suas polícias, do MP, está presente permanentemente, garantindo a paz e a traquilidade para a sociedade", frisou o delegado.

Um mandado para todo o perímetro dos diques foi expedido pela Justiça para dar respaldo à operação. O promotor ressaltou a ação do Judiciário, que teve entendimento de que as provas produzidas eram suficientes para a expedição das medidas cautelares. "A polícia estará sempre presente quando necessário e ela continuará no seu papel constitucional de proteção ao cidadão", disse Akaoui.

O comandante do COE detalhou que seus subordinados, inicialmente, tomaram a região utilizando técnicas de conduta de patrulha para que os demais policiais entrassem com maior segurança. Atuaram na ação 160 PMs e 40 policiais civis.

Sargento Everton

Baleado na cabeça durante uma operação naquela região de São Vicente em 7 de maio, o sargento da PM Everton Silva Dias, de 42 anos, segue internado e seu estado de saúde é estável. Um adulto e um adolescente acusados pelo ataque foram mortos em confronto com  policiais naquela data.