Obras da nova entrada de Santos podem ser alteradas

Ecovias não descarta alterar alguns trechos para atender à reivindicação dos moradores dos bairros próximos

17 ABR 2019 • POR • 07h00
Obras vem causando impacto nos bairros localizados no entorno - Divulgação/PMS

Apesar das obras da nova entrada de Santos já estarem 'a todo vapor', a Ecovias - empresa que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) - não descarta alterar alguns trechos para atender à reivindicação dos moradores dos bairros próximos à via Anchieta. A informação foi revelada pelo coordenador de engenharia da Ecovias, Guilherme Gazabim, durante audiência pública realizada pela Comissão Especial de Vereadores (CEV) com a finalidade de acompanhar as reivindicações da população dos bairros São Manoel, Piratininga e Vila dos Criadores, na Sede da Sociedade de Melhoramentos do São Manoel.

No local, o representante da Ecovias alertou que toda alteração tem um custo, impacto viário e financeiro. Além disso, ressaltou que a permissão para qualquer mudança deve ter o crivo da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Por sugestão do deputado estadual Caio França (PSB), ficou estabelecido que fosse criada uma comissão de moradores dos bairros afetados visando a participação dos mesmos no processo de discussão das alterações que possam ser feitas, além de acompanhar a atuação dos parlamentares no processo.

A audiência foi marcada após o vereador Benedito Furtado (PSB), presidente da Comissão que trata do tema, firmar compromisso com a população de que buscaria diálogo com os deputados estaduais da região visando convencer a empresa Ecovias a mudar o projeto da nova entrada da cidade. "Há um mês, estivemos aqui no bairro realizando audiência pública e eu prometi que faria uma nova audiência trazendo as autoridades que pudessem auxiliar os moradores. Saio daqui confiante de que os deputados possam convencer a Artesp e o Governo do Estado a realizar as obras de interesse da comunidade", afirma Furtado.

O evento contou com a presença dos deputados estaduais que representam a Baixada Santista na Assembleia, Caio França (PSB) e Kenny Mendes (PP), o coordenador de engenharia da Ecovias, Giuliano Gazabim, o gerente da nova entrada de Santos, Wagner Ramos, o subprefeito da Zona Noroeste, Acácio Egas, além dos vereadores Francisco Nogueira (PT), Audrey Kleys (PP), Sérgio Santana (PR), Telma de Souza (PT) e o assessor do deputado Paulo Corrêa, Guilherme Maxta.

Histórico

Em audiência realizada em 12 de março, na Sociedade de Melhoramentos do São Manoel, marcada por manifestações calorosas dos moradores dos bairros Piratininga, Alemoa, São Manoel, Chico de Paula, Saboó e Vila dos Criadores, que estão insatisfeitos com o projeto viário e os desdobramentos que as obras da nova entrada de Santos vem causando.

Após o início das obras, munícipes do bairro Piratininga elencaram o surgimento de novas enchentes, assim como a sujeira espalhada pelos pneus dos caminhões que adentram no bairro, além da falta de um representante da empresa Ecovias para atender e anotar as reivindicações da população.

Já a comunidade do São Manoel alegou a dificuldade para acessar e sair do bairro com o novo trajeto elaborado pela Ecovias, deixando a região isolada. O sentimento geral é de que o projeto privilegiou apenas as empresas portuários prejudicando os moradores que estão há mais tempo no local.

A Nova Entrada de Santos prevê soluções viárias e de drenagem para problemas crônicos na Zona Noroeste. Já foram realizadas obras de pavimentação, calçadas, drenagem e 18 quilômetros de corredores de ônibus. Também já foram investidos R$ 48 milhões. No total, a Prefeitura investirá no Programa R$ 290 milhões e conta com a parceria do Governo do Estado, investindo o total de R$ 270 milhões.

A Ecovias está realizando obras viárias e de drenagem para a fluidez do trânsito. Serão construídos três viadutos (quilômetros 62, 64 e 65) para facilitar o acesso aos bairros Piratininga, São Manoel e São Jorge. Também será construída uma ciclovia ligando o Jardim Casqueiro e a Vila dos Pescadores, em Cubatão, à malha cicloviária de Santos e a implantação de duas passarelas de pedestres (quilômetros 62 e 64).