'Me chamaram de puta': Cantora denuncia injúria e racismo de seguranças de shopping

A cantora Raquel Virginia, vocalista da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, disse ter presenciado um caso de racismo no shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste de São Paulo.

10 MAR 2019 • POR • 18h09
A cantora Raquel Virginia, vocalista da banda As Bahias e a Cozinha Mineira. - Reprodução/Instagram

A cantora Raquel Virginia, vocalista da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, disse ter presenciado um caso de racismo no shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste de São Paulo. Após tentar intervir ela teria sido xingada por um dos seguranças.

O caso aconteceu na última quinta (7), por volta das 20h. Raquel estava andando no shopping quando viu um grupo de seguranças cercando adolescentes negros. 

"Ouvi um menino falando para outro: 'Você fez alguma coisa?'. Ele respondeu que não. Aquilo me chamou a atenção e perguntei para os meninos o que estava acontecendo", afirma Raquel.

Os seguranças disseram que eles estavam averiguando o que tinha acontecido, porque houve a reclamação de uma loja.

"Questionei, então, por que eles estavam prendendo os meninos ali. Só para ver se algo aconteceu? Não. Simplesmente não. Tirei eles de lá e saí com eles pelo shopping", conta.

Ela e "os quatro ou cinco adolescentes" seguiram para a loja onde eles estavam antes de serem abordados. No caminho, encontraram outro grupo de seguranças e houve mais uma discussão. 

"Eu comecei a filmar e um deles veio para cima de mim, dizendo que se eu publicasse o vídeo seria processada. Chamei eles de racistas, gritando", diz.

Raquel seguiu para a loja com os adolescentes e depois se separou do grupo para fazer compras. Quando estava de saída do shopping, cruzou com um dos seguranças.

"Ele ficou olhando para as minhas sacolas. Eu disse: 'Pode olhar, sou rica, comprei bastante coisa e tudo coisa cara. Fruto de estudo e competência'. Ele me respondeu: 'E pra ser puta e fazer programa precisa estudar?'."

Raquel denunciou o caso em sua conta no Instagram. 

Para ela, não pareceu uma ação isolada. "Não me pareceu um erro de um grupo, parecia um procedimento comum", afirma.

O shopping Bourbon afirmou por meio de nota que repudia qualquer forma de racismo e ato discriminatório. A companhia informa ainda "que todos os procedimentos e protocolos de abordagem a clientes estão sendo reavaliados junto à empresa terceirizada responsável pela segurança do shopping".