Papa diz temer derramamento de sangue, mas rejeita se posicionar sobre crise na Venezuela

Na semana passada, o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarou presidente encarregado do país, confrontando abertamente o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro

28 JAN 2019 • POR • 13h01
Papa diz temer derramamento de sangue, mas rejeita se posicionar sobre crise na Venezuela - Fotos Públicas

O papa Francisco disse neste domingo (27) temer um derramamento de sangue na Venezuela, mas que seria prematuro para ele tomar um dos lados porque isso poderia causar mais problemas. 

Na semana passada, o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarou presidente encarregado do país, confrontando abertamente o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

EUA, Brasil e diversos países ao redor do mundo reconheceram a liderança de Guaidó, enquanto potências europeias deram um prazo de oito dias para que Maduro convoque eleições, do contrário reconhecerão o oposicionista como presidente interino.

Maduro, no entanto, rejeitou o ultimato.

"Neste momento, apoio todo o povo venezuelano porque eles estão sofrendo", afirmou a bordo do avião papal que o levou de volta ao Vaticano após visita ao Panamá. "Sofro pelo que está acontecendo na Venezuela."

"O que é que me assusta? Derramamento de sangue", afirmou. "O problema da violência me assusta. O derramamento de sangue não resolve nada."

A bordo do avião, um jornalista do México instou o papa a se posicionar, dizendo que os venezuelanos "querem ouvir do seu papa latino-americano".

"Se eu disser 'ouça a esses países' ou 'ouça a aqueles países', me colocaria numa posição que desconheço, seria uma imprudência pastoral e eu causaria problemas", afirmou Francisco.

Nos últimos anos, o Vaticano, bem como líderes europeus e latino-americanos, tentou mediar um diálogo entre Maduro e a oposição, mas a tentativa não prosperou.