Indústria do plástico diz que canudos são recicláveis

A Abiplast também se posiciona contrária ao banimento dos canudos, mas reconhece a dificuldade em reciclar o material

15 JAN 2019 • POR • 09h00
Eliminar o uso de plásticos de uso único é defendido pela comunidade científica em todo o mundo devido à poluição - Nair Bueno/DL

Em resposta à matéria feita pelo Diário do Litoral sobre o adiamento da lei que proíbe o uso de canudos em Santos, a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) entrou em contato com a redação do jornal para informar que os canudos são sim recicláveis.

De acordo com o órgão, os canudos plásticos feitos de polipropileno e o poliestireno são 100% recicláveis e podem voltar à cadeia produtiva. A Abiplast também se posiciona contrária ao banimento dos canudos, mas reconhece a dificuldade em reciclar o material.

Eliminar o uso de objetos plásticos de uso único como canudos, descartáveis, cotonetes e mexedores de café tem sido uma pauta defendida, principalmente, pela comunidade científica em todo o mundo porque há constatação, através de diversos estudos, do alto nível de contaminação dos oceanos e animais marinhos.

O banimento, mesmo que temporário, pode dar ao meio ambiente tempo suficiente para que ele consiga decompor o que há na natureza, enquanto a sociedade faz uso de novas alternativas, como canudos de papel ou até comestíveis.

Mas, para a indústria, não é necessária tal medida, já que a reciclagem poderia amenizar o problema. A Reportagem questionou então por que é um desafio tão grande adotar o processo de reutilização e a Abiplast respondeu que o problema começa já no descarte, que não é feito de forma adequada, por isso não chega à indústria recicladora.

Em seguida, para que o ciclo fosse completo, seria necessária a fiscalização do poder público e a implantação da coleta seletiva; a existência de uma indústria estruturada para receber e reprocessar esses materiais, e uma demanda que valorize o produto reciclado.

“A indústria recicladora de plástico brasileira é composta por mais de 1.000 empresas, que juntas reciclam cerca de 550 mil toneladas de materiais (25% do total de embalagens colocadas no mercado) e empregam mais de 10 mil pessoas. Entendemos que o estímulo dessa indústria também passa por uma diferenciação do tratamento da matéria-prima reciclada daquela de origem petroquímica. Isso estimularia a demanda pelo uso de mais reciclados e por sua vez fomentaria toda a atividade dessa cadeia, desde a coleta, o tratamento até a reciclagem”, explicou em nota.

Para enfrentar essas questões, a Abiplast informou que adota uma série de ações, como projetos de fomento à reciclagem; ampliação da estrutura de logística reversa junto às empresas de embalagens; incentivo às prefeituras municipais; manuais e cartilhas, entre outros.

Bauru e Rio de Janeiro, por exemplo, trabalham com um projeto que visa a implantação de contentores para canudos, o que facilita o descarte, e firma parcerias com cooperativas e recicladoras.