Reajuste do preço dos ônibus de Santos é denunciado na Defensoria Pública da União

Além do munícipe Marcos Antônio Marques, a vereadora Telma de Souza (PT) não concorda com o aumento

15 JAN 2019 • POR • 08h20
Desde o último domingo, a passagem em Santos está custando R$ 4,30 - R$ 0,25 a mais por viagem. Prefeitura justifica reajuste - Nair Bueno/DL

O munícipe Marcos Antônio Marques ingressou ontem com uma representação na Defensoria Pública da União (DPU) contra o reajuste tarifário do transporte público coletivo de Santos. Segundo ele, o óleo diesel teve uma redução de R$ 0,46 e os R$ 0,25 a mais cobrado na passagem é uma cifra acima da infração.

Paralelamente, a vereadora Telma de Souza (PT) encaminhou requerimento ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), na última sexta-feira (11), solicitando a suspensão do reajuste.

Conforme Telma, o anúncio de aumento do preço da passagem, que passou de R$ 4,05 para R$ 4,30 no último domingo (13), durante período de recesso parlamentar, pegou a população de surpresa. A parlamentar alega que o tema não foi debatido com a sociedade e nem passou pela Câmara. Como o munícipe, a vereadora afirma que o fato do reajuste apresentar percentuais de 6,2%, acima da inflação do período, que registrou 4,05%, causa indignação.

Ela acredita que o valor do combustível, o pagamento do dissídio dos funcionários da empresa responsável pelo serviço de transporte público e o aumento de insumos não justificam o reajuste porque há dificuldades de comprovação dos dados e que o serviço apresenta problemas como longa espera nos pontos, superlotação das linhas nos horários de pico, oscilação negativa do wi-fi e a frota não é 100% climatizada.

Prefeitura

A Prefeitura de Santos não mencionou a questão do munícipe e revelou que não recebeu o requerimento da vereadora. No entanto, alerta que o sistema transporta mais de 100 mil passageiros/dia, com a frota fazendo cerca de cinco mil viagens diariamente. No total, os coletivos rodam mais de 51 mil quilômetros.

“É essa informação que deve ser considerada em relação à tarifa e não o tamanho da Cidade”, afirma a nota, completando que o reajuste está previsto em contrato e é calculado com base nos custos específicos do setor de transporte, cujos veículos climatizados recebem manutenção preventiva e a higienização é diária, sob fiscalização pela CET permanentemente.

A Administração encerra alertando que, no ano passado o sistema registrou 40 milhões de embarques e que, diariamente, toda a frota operacional entra em circulação nos horários de pico (manhã e noite), o intervalo médio de partidas gira em torno de nove minutos.