Papo de Domingo: 'Quero acabar com as sessões secretas'

Hugo Di Lallo (PPS) quer promover mudanças administrativas no Legislativo, que deverá ser mais transparente sob seu comando.

30 DEZ 2018 • POR • 09h43
O vereador Hugo Di Lallo (PPS). - Nair Bueno/DL

Eleito para administrar a Câmara de Itanhaém nos próximos dois anos, o vereador Hugo Di Lallo (PPS), como presidente do Legislativo, terá alguns desafios pela frente, entre eles, implantar o Câmara 10, que prevê projetos para o desenvolvimento da Cidade e promover a transparência acabando, entre outras coisas, com a sessão secreta.

Diário do Litoral – Como avalia o governo Marco Aurélio Gomes?
Hugo Di Lallo – Positivo. Ele passou pela crise de 2018 de forma tranquila. Houve alguma redução, mas serviços básicos e o funcionalismo funcionaram. O fato de não ter oposição na Câmara, de certa forma, permitiu que o prefeito inovasse em algumas ações. Mas os debates existiram. Quero abrir mais a Casa para ampliar as discussões, inclusive, com a participação popular. Vou abrir canais para isso.

Diário – O que é o Câmara 10?
Di Lallo – É a realização de audiências públicas para debates de 10 temas: saúde e bem estar animal; aeroporto; verticalização; sustentabilidade e meio ambiente; direitos e acessibilidade; logística reversa e resíduos sólidos; mobilidade urbana; saúde; empreendedorismo e, por fim, transparência do Legislativo.

Diário – Transparência com sessão secreta?
Di Lallo – Quero acabar com as sessões secretas ainda no primeiro semestre, pautando uma mudança no regimento interno. Não cabe mais essa prática no Poder Legislativo de Itanhaém. Também quero tornar o prédio acessível. Precisamos respeitar as pessoas especiais. Também vamos apresentar propostas de mudanças na Lei Orgânica, que se tornou uma colcha de retalhos e propor emendas impositivas. Tudo sempre por intermédio do debate, com audiências públicas.

Diário – O aeroporto ‘­decola’?
Di Lallo – Estive com o prefeito em Jundiaí, no Consórcio Voa São Paulo, e reafirmamos com ele o interesse pelo Aeroporto de Itanhaém, apesar da possibilidade de outros municípios da região também conquistarem o equipamento. A estrutura, a pista, o acesso e outros fatores ajudam o nosso município. Vamos retomar até a parceria com a Petrobrás.

Diário – Há um impasse sobre a Centro Histórico. Vai ser debatido?
Di Lallo – Não podemos desvalorizar o centro, mas também não podemos impedir o crescimento econômico. A obra de revitalização apresentada vai oxigenar e dar mais fluidez. O centro será preservado e, na parte possível, modernizado. Vamos discutir esse assunto com a população. 

Diário – Itanhaém pode ser verticalizada?
Di Lallo – Há vantagens e desvantagens. Há um estudo bem feito dentro do plano ­diretor e a verticalização deve ser aprovada, com acompanhamento do ­conselho municipal. Onde há um distanciamento da orla, não vejo problemas em construir prédios. A orla central, por exemplo, ficou ótima, com no máximo 11 pavimentos. Vamos pautar isso também.

Diário – O hospital ­funciona?
Di Lallo – Ele é estadual e é portas fechadas, contrariando o que foi anunciado. Não foi ampliado e nem construído ainda o pronto-socorro no prédio. Nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento) está sobrecarregada. Precisamos cobrar melhoria do Sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Precisamos de uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), de um Instituto Médico Legal (IML) e um Poupatempo.

Diário – Alguma sugestão administrativa para a Câmara?
Di Lallo – Torná-la sustentável , acessível aos deficientes, cortar gastos, torná-la mais transparente e retomar a presença do público.