Papo de Domingo: 'Eu Estava acostumado com casa cheia'
Rui De Rosis diz que pretende fazer gestões para que a Câmara de Santos volte a ser frequentada pela população.
23 DEZ 2018 • POR • 09h43Ex-jogador de futebol, Rui De Rosis (MDB), eleito com chapa única e por unanimidade, presidente da nova Mesa Diretora da Câmara de Santos para o biênio 2019/2020, comenta que, quando jogava, o estádio estava sempre lotado. Hoje, não se conforma de ver a Casa do Povo sempre vazia, sem participação popular. “Esse será meu grande desafio, fazer com que a população volte a frequentar a Câmara de Santos”. Confira os melhores trechos da entrevista:
Diário - É a sétima vez um De Rosis assume a presidência da Casa. Muita responsabilidade perante a família?
De Rosis – Vou poder dar continuidade ao que meu pai e me irmão, Marcus De Rosis, que dirigiu a Câmara por quatro vezes, fizeram. Sei das responsabilidades e dos desafios, principalmente neste momento da política nacional. Eu venho do futebol, sempre joguei em grandes times e os estádios estavam sempre cheios. Estava acostumado com a casa cheia. Hoje, jogo num grande time, que é a Câmara de Santos, mas a Casa sempre está vazia.
Diário – Mas isso é reflexo do que, na sua opinião?
De Rosis – Talvez a descrença com os políticos. Mas não se pode colocar todos em uma vala comum. Os meus colegas de plenário trabalham muito e o povo precisa estar mais perto. Precisamos da população presente.
Diário – A Escola do Legislativo não ajudaria?
De Rosis – Pretendo fazer uma Câmara voltada também para os universitários. É preciso conhecer não só a parte política, como administrativa da Casa.
Diário – A Câmara encaminhou cerca de R$ 2,5 milhões à Capep-Saúde para sanear problemas financeiros. Não teria que cobrar as falhas também?
De Rosis – Esse dinheiro enviado à Capep-Saúde era para ir para a Prefeitura. Mas devido ao estado da entidade, foi necessário ajuda-la. O novo gestor já está melhorando a situação.
Diário – Você foi contundente na audiência que discutiu as filas nas balsas. Tem alternativa?
De Rosis – As intervenções na Ponta da Praia feitas na década de 70 foram boas na época. Não tem como continuarmos do jeito que está. Precisamos urgente melhorar a mobilidade urbana. Temos que achar um plano viário ideal. O prefeito está bastante disposta a resolver. Vou estar bem focado nisso também, bem como a entrada da Cidade, que já está em obras. Meu pai falava que não basta ser um grande político, é preciso coragem.
Diário – Santos e demais cidades coíbem, barrando vans e ônibus, turistas de um dia. Isso não fere o direito de ir e vir? Não é ruim neste momento de crise?
De Rosis – Não se proíbe a vinda. A questão é de mobilidade urbana. Precisamos fazer um trabalho também de conscientização sobre a sujeira nas praias. Santos precisa também se definir se é uma cidade turística ou portuária. As duas são incompatíveis. Precisamos resolver essa questão. Não sabemos para onde vamos. Os governos estadual e federal deixaram de olhar para a Cidade. Temos que descentralizar o porto e temos gente competente para gerenciá-lo.
Diário – Santos é segura?
De Rosis – Como eu disse, fomos abandonados pelo governo do Estado. Estamos num caos. Vir policiais no verão é importante, mas a cidade continua depois dele. Como pode Santos ter apenas 500 policiais, muitos ainda em tarefas administrativas. A polícia civil trabalha de forma precária. A insegurança foi criada pelo próprio gestor do Estado.
Diário – O Ministério do Trabalho já avisou que deveria ter banheiros no VLT. A Câmara não deveria cobrar isso?
De Rosis – A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) tem que resolver isso. Fizemos uma audiência e o representante não respondeu nada. Foi boi de piranha. Também precisamos resolver as questões relacionadas a conservação dos prédios públicos. Vou lutar para que haja maior interligação entre os vereadores e secretários, para que tenhamos respostas mais rápidas para dar a população santista.