Abandono segue em cartaz no teatro Rosinha Mastrângelo, em Santos

Apesar da promessa do secretário Rafael Leal, teatro terminará o ano em obras; fosso acumula água parada.

16 DEZ 2018 • POR • 12h34
Reportagem mais uma vez encontrou água parada no fosso do único teatro de arena de Santos. - Nair Bueno/DL

Ainda não foi dessa vez. Apesar da promessa do secretário de Cultura de Santos, Rafael Leal, em entrevista exclusiva ao Diário em março, a obra do Rosinha Mastrângelo não será entregue neste ano. A justifica da Administração é que a conclusão dos trabalhos aguarda parecer técnico do arquiteto Júlio Katinsky, único projetista ainda vivo do Centro de Cultura Patrícia Galvão (que abriga o Rosinha e o Teatro Municipal Braz Cubas), contratado pela Prefeitura para elaborar projeto executivo que irá nortear a reforma geral do complexo cultural.

Fechado há oito anos, o único teatro de arena da Cidade se transformou em reduto de água parada no coração da Secult. A situação – que já foi alvo de diversas denúncias do Diário ao longo desse tempo – continua a mesma. Em visita ao espaço no início da semana, a reportagem constatou que o fosso do teatro segue alagado, possibilitando assim a proliferação do mosquito aedes aegypt, transmissor da dengue zika e chikungunya.

HISTÓRICO.

Localizado no Centro Cultural Patrícia Galvão, prédio que também abriga a Secretaria de Cultura de Santos (Secult), inúmeras obras para revitalização do espaço tiveram início. No entanto, nenhuma delas foi finalizada e conseguiu fazer com que o espaço pudesse ser novamente utilizado pela classe artística da Cidade.

Em entrevista ao Diário em março deste ano, Rafael Leal garantiu a entrega do equipamento no segundo semestre desse ano. Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) informa que a obra estrutural do teatro está em estágio avançado, com a instalação concluída de arquibancadas em alvenaria, reforma da sala técnica de operação de som e luz, das bilheterias e da entrada de público.

Questionada sobre o alagamento constatado pela reportagem, a Administração se limitou a responder que “ao que se refere aos antigos alagamentos, a Secult esclarece que foi instalado sob o palco um sistema de contenção que não permite o transbordamento do lençol freático que passa por baixo do teatro, armazenando a água em compartimento específico, com a posterior drenagem por bomba”. 

De acordo com a Prefeitura, a reabertura do Rosinha está programada para 2019, pois o teatro aguarda, além do parecer de Júlio Katinsky, dotação orçamentária para concluir a reforma com a instalação de equipamentos de som, luz e refrigeração.

A Administração finaliza destacando que “a Secretaria de Saúde informa que todas as obras são consideradas pontos estratégicos, com vistorias mensais pelos agentes de combate a endemias. Os servidores eliminam possíveis criadouros do Aedes Aegypti e aplicam larvicida (produto químico) de forma preventiva”. A reportagem não encontrou vestígios de aplicação de produtos no fosso.