Haddad diz que Bolsonaro não tem qualificação sequer para ser vereador

O petista reconheceu, no entanto, que é preciso tirar votos do adversário. "Não basta falar para quem vota na gente", comentou.

14 OUT 2018 • POR • 15h22
Haddad em campanha juntamente com Dilma Rousseff e sua vice, Manuela D´Ávila. - Facebook/Fernando Haddad

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, subiu mais uma vez o tom das críticas ao concorrente Jair Bolsonaro (PSL). Para ele, o deputado não tem qualificação para estar sequer no parlamento municipal. 

"Nunca imaginei que um cara que afirmasse que um filho não casaria com um negra poderia estar no segundo turno de uma disputa presidencial. Eu acho que ele não tem qualificação para ser vereador, não tem para ser deputado. Quanto mais, para ser presidente", afirmou, durante ato com coletivos culturais na Cohab Raposo Tavares, na zona oeste da capital.

O petista reconheceu, no entanto, que é preciso tirar votos do adversário. "Não basta falar para quem vota na gente", comentou.

Citando o exemplo de músicos da periferia que votam em Bolsonaro, Haddad pediu então à militância para demover pessoas da ideia de apoiar o concorrente. "Se a gente levar ao conhecimento destes companheiros o que Bolsonaro pensa da vida, não tem como eles continuarem apoiando", afirmou.

O candidato do PT também fez críticas à Lei Rouanet. "Ela não chega à periferia", disse o candidato. Na sequência, Haddad reconheceu que é preciso ampliar o investimento em cultura para além dos principais centros urbanos. "A periferia é a que mais produz cultura e nem sempre recebe incentivo público. Uma parte do orçamento à cultura será destinado a coletivos culturais, inclusive via Lei Rouanet", disse.

O presidenciável defendeu, ainda, a punição de políticos envolvidos em crimes de corrupção. "Se algum dirigente [partidário] cometeu erro e quando garantido o amplo direito de defesa, a conclusão é que [ele] enriqueceu [ilicitamente], tem que ir para a cadeia", afirmou.

O candidato petista tem sido, frequentemente, cobrado por uma autocrítica ao partido. Em agenda na periferia da capital paulista, Haddad disse que o exemplo que quer levar à Presidência, se for eleito, é o mesmo de quando foi ministro da Educação. "Não teve escândalo de corrupção. Fui ministro por seis, sete anos, de um dos maiores orçamentos da República. Este mesmo tipo de controle à corrupção nós vamos ter nas estatais", afirmou.