Vice ignora pressão de presidente santista e diz que não renunciará ao cargo

Após a vitória nas urnas, José Carlos Peres conversou com a imprensa e disse que, por ele, Orlando Rollo não ficaria no clube

1 OUT 2018 • POR • 18h20
Orlando Rollo não pensa em renunciar ao cargo - Divulgação/Santos FC

No último sábado (29), após ter o impeachment negado pelos sócios em assembleia realizada na Vila Belmiro, o presidente do Santos, José Carlos Peres, deixou claro que pretende continuar o seu trabalho no clube sem a presença do desafeto Orlando Rollo. O vice-presidente, porém, não pensa em renunciar ao cargo, o que deve provocar novos conflitos políticos.

Logo após a recente vitória nas urnas, Peres conversou com a imprensa e disse que, por ele, Orlando Rollo não ficaria no clube. Ele comparou a relação dos dois como a de um casamento e afirmou que não há mais clima para que o vice continue ao seu lado.

"Acho que o rearranjo político acabou. É que nem casamento, quando acaba a confiança, acabou. Na segunda-feira [1º], nós vamos ter uma conversa, na reunião do Comitê de Gestão. Não vou tratar como renúncia, mas como uma conversa. É necessário termos paz. Mas por mim, ele não fica", afirmou José Carlos Peres.

Procurado pela reportagem, Rollo adiantou que não irá atender às expectativas de Peres. "Não penso (em renunciar)." Ele disse ainda não saber da reunião citada pelo presidente santista, mas admitiu a necessidade de uma conversa.

Segundo apurou a reportagem, a conversa citada por Peres não irá mesmo ocorrer nesta segunda. O que deve acontecer é apenas uma reunião entre ele e os gerentes das quatro áreas do clube -futebol, financeiro, jurídico e marketing/comunicação- para definir algumas medidas a serem tomadas nos próximos dias, incluindo, provavelmente, o corte de alguns cargos.

"O Santos precisa de paz. Eu preciso de paz para trabalhar. Eu fiz o que tinha que fazer até agora. Eu não deixei de fazer nada. Só que isso me custou também muito cansaço, dormir tarde, se preocupar, e esse entulho financeiro que o Santos tinha e ainda tem -devemos mais de R$ 80 milhões até dezembro. Essa preocupação de chegar no fim do ano, eu preciso estar em paz com todo mundo, senão eu não consigo administrar", afirmou o presidente após a votação.

No pleito, mais de 60% dos sócios votaram contra o impeachment e optaram pela permanência de Peres no cargo. Em um dos processos, 2.001 associados foram contrários ao impedimento -enquanto 1.155 estiveram a favor. No outro, o placar final foi de 2.064 votos a 1.088.