Operação Midas detém 473 pessoas na Baixada e Vale do Ribeira

Em todo o Brasil, a operação capturou 2.743 pessoas; ação visou combater roubos, latrocínios e outros crimes

27 SET 2018 • POR • 22h03
Uma das principais capturas na Baixada Santista foi a de um procurado por homicídio que foi encontrado em Praia Grande - Divulgação/Polícia Civil

A operação nacional Midas, a terceira coordenada pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), deteve 473 pessoas na Baixada Santista entre quarta-feira (26) e hoje (27). Em todo o Brasil, a operação, deflagrada pelas polícias civis estaduais, capturou 2.743 pessoas.

O principal objetivo da ação, que ocorreu em 25 estados e no Distrito Federal, foi combater crimes patrimoniais como assaltos e latrocínios (roubos seguidos de morte).  A denominação da operação é uma referência metafórica ao conto de um rei que transformava em ouro as coisas que tocava. O principal mal era a ganância, característica ligada a crimes patrimoniais.

O número de detenções na Baixada e Vale foi muito expressivo quando comparado a outros  departamentos regionais do Estado de São Paulo, conforme informou o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6), Manoel Gatto Neto. 

Uma das principais capturas, realizada em Praia Grade, foi a de um procurado por homicídio localizado por policiais do Setor de Homicídios da Delegacia Especializada Antissequestro  (Deas) de Santos.

Em entrevista coletiva, o diretor do Deinter-6 anunciou que na operação foram apreendidos mais de 93 quilos de drogas, entre maconha, cocaína e crack, 109 litros do tóxico lança-perfume, oito armas de fogo e oito carros furtados ou ­roubados.

Gatto Neto frisou que a operação faz com as estatísticas criminais voltam a cair e destacou a importância do trabalho acontecer de maneira integrada no país, para evitar eventuais fugas dos alvos. “Acontecendo em todos os lugares ao mesmo tempo, com todo o efetivo na rua cumprindo essas ordens, a eficiência é maior realmente”.

Dos 473 detidos na Baixada e Vale, 162 tinham ordem de prisão decretada, 44 foram presos em flagrante, 27 são adolescentes e 240 são acusados de crimes de menor potencial ofensivo, sendo liberados após registros de Termos Circunstanciados (TC´s).

Participaram da blitz 351 policiais do Deinter-6, que agiram em 134 viaturas. Não houve registro de confrontos.

Mais 2,7 mil pessoas são presas no país

A Operação Midas cumpriu 901 mandados de busca e apreensão em 25 estados e no Distrito Federal e prendeu um total de 2.743 pessoas, dos quais 164 adolescentes, que foram apreendidos. A operação recolheu 160 armas em dois dias de atividades, das quais participaram 10.249 policiais civis.

“Ao tirar 2.743 criminosos que cometeram, estavam para cometer e, às vezes, já tinham cometido diversos outros crimes, [a polícia] evidentemente combate a violência e amplia a percepção de segurança das pessoas”, afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. A operação também recuperou 103 veículos roubados.

O ministro ressaltou que o combate aos assaltos às agências bancárias e caixas eletrônicos inibe o financiamento de outros crimes. De acordo com ministro, até o fim do ano, a pasta deve articular mais três operações nacionais integradas de combate à criminalidade.

“Nós estaremos em breve fechando um acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que reúne todos os bancos brasileiros, para, conjuntamente, a partir de informações que vêm dos próprios bancos e da inteligência, avançarmos no sentido de combater esse crime que é, sem sombra de dúvida, base e gera recursos de giro para outros crimes e, por isso mesmo, tem que ter prioridade no seu combate”, afirmou Jungmann.

Segundo o presidente do Conselh o Nacional de Chefes de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, uma investigação prévia em Goiás levou à apreensão de 33.495 comprimidos de ecstasy, avaliada em mais de R$ 500 mil. “Embora seja de pequeno valor em termos de volume, é de grande valor pelo significado: a venda desse tipo de droga”, disse Wendt.

“Em vários estados há, também, a correlação do crime patrimonial com o tráfico de drogas, uma relação que não se via 20 anos atrás justamente porque esses grupos acabam atuando de maneira organizada, faccionada, fazendo com que um delito fomente o outro”, completou. (Agência Brasil)